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Pesquisadoras brasileiras criam filtro biodegradável que elimina germes sem poluir o meio ambiente

Por: Lohrrany Alvim
25/12/2021 – 09h47

O material é biodegradável pode ser descartado sem prejudicar o ecossistema.(Matéria reprodução Internet)

 

Mais uma ideia que pode melhorar o mundo e ao mesmo tempo preservar o meio ambiente. Pesquisadoras do Laboratório de Controle Ambiental (LCA) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) criaram um novo material filtrante que, além de reter partículas muito pequenas – como vírus e bactérias – no ar, tem efeito biocida e é biodegradável.

Para quem não sabe, os biocidas são produtos concebidos para matar pragas ou bactérias indesejáveis. São divididos em quatro grupos principais: desinfetantes, conservantes, produtos de controle de pragas e outros, incluindo produtos anti-incrustantes. Neste caso, o produto está sendo desenvolvido para eliminar germes.

O material é produzido com nanofibras biodegradáveis compostas por acetato de celulose e brometo de cetilpiridinio. O acetato de celulose é considerado o polímero mais abundante da Terra, que pode ser retirado de polpa de madeira, bagaço de cana ou palha de milho e até caroço de manga, e dá “corpo” à fibra. Já o brometo de cetilpiridinio é responsável pela ação biocida, capaz de eliminar quase que totalmente a presença de algumas bactérias como a Escherichia coli e Staphylococcus aureus.

“Conseguimos produzir fibras tão finas capazes de deter os nanoaerossóis que são as bactérias, fungo e vírus com eficiência acima de 90%”, declara Mônica Lopes Aguiar, professora do departamento de engenharia química da UFSCar.

Por se tratar de partículas muito pequenas, os filtros possuem diversas aplicações, desde máscaras até sistemas de ventilação. As cientistas envolvidas no projeto destacaram que o material tem uso promissor em sistemas internos de ventilação em ambientes que requerem alta pureza do ar, como hospitais, aviões e cabines de veículos automotores.

 

Proteção do ecossistema

De acordo com a pesquisadora de pós-doutorado no Departamento de Engenharia Química (DEQ) da UFSCar, Daniela Sanches de Almeida, autora do projeto, o fato de trabalharem com um material biodegradável, que sofre decomposição natural, traz um diferencial porque pode ser descartado sem prejudicar o meio ambiente.

“A proposta foi buscar um material biodegradável com vistas à preservação ambiental. Há no mercado diversos aditivos com ação bactericida, principalmente nanopartículas metálicas. É comum, seguindo nesse exemplo, encontrarmos máscaras com íons de prata, que não se degradam quando lançados ao ambiente, ao contrário do bactericida que usamos, mais amigável”, afirma a cientista.

 

Testes contra a Covid-19

Além de preservar o meio ambiente, o produto pode chegar à área da saúde. Como o material apresentou alta eficácia contra bactérias, as pesquisadoras envolvidas na proposta pretendem testá-la contra o novo coronavírus, causador da Covid-19.

“Realizaremos os testes em outra etapa da pesquisa, mas esperamos confirmar, com segurança, que o material é útil em sua eliminação, tendo em vista que, de modo geral, as bactérias são mais difíceis de serem inativadas do que este vírus”, finaliza Daniela.

Veja também: Pesquisadores criam máscara que brilha em contato com coronavírus

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