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Estudante se torna a primeira brasileira negra premiada por agência nuclear internacional

Por: Lohrrany Alvim
01/01/2022 – 09h52

A jovem seguirá o mestrado fora do país em 2022.(Foto reprodução Internet)

 

Ana Gabryele Moreira, de 29 anos, se tornou a primeira brasileira negra a receber o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica (de sigla IAEA, em inglês). A agência é ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). A jovem, que é estudante de física médica na Universidade de São Paulo (USP), seguirá o mestrado fora do país em 2022.

Bolsa de estudos

Nascida no bairro de Cajazeiras, área periférica de Salvador, Ana Gabryele foi contemplada com a segunda edição do prêmio através de uma análise sobre a participação das mulheres na área nuclear. Com isso, a estudante ganhou uma bolsa de até 40 mil euros para estudar no exterior. Por ser uma área praticamente dominada por homens brancos, em 2020 a IAEA iniciou um trabalho para incentivar mulheres a ingressarem no mundo da energia nuclear.

A pesquisa da estudante foi denominada “Estudo do perfil sociocultural de mulheres que atuam em um instituto nuclear brasileiro”, e tinha como objetivo entender o perfil sociocultural dessas mulheres, incluindo cor, naturalidade, se são orientadas por homens ou mulheres, áreas que mais atuam, mulheres que são referências no instituto para elas, se tem cargo de chefia. A pesquisa também tem participação de Priscila Rodrigues, Karoline Suzart e Nelida Mastro.

Baseado em respostas voluntárias, o resultado do estudo mostrou que entre as poucas mulheres que ocupam espaços nesse campo, 84% são brancas e apenas 10% pretas. Nenhuma das mulheres que respondeu a pesquisa era indígena, e há poucas ocupando cargos de chefia.

Caminhada até o prêmio

Filha de um trabalhador de transporte coletivo e uma dona de casa, Ana Gabryele Moreira se tornou a primeira da família a ingressar na universidade pública através do sistema de cotas. Foram cinco anos tentando ingressar na Universidade Federal da Bahia (UFBA), até passar na Universidade Federal de Sergipe (UFS), depois de ter feito um curso tecnológico em radiologia.

Lá, a jovem recebeu o conselho de seguir para área de física médica e ingressou no Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), dentro da USP, e onde fica o primeiro reator nuclear do Brasil. Com os auxílios disponibilizados pela instituição, ela conseguiu se manter nos estudos e vencer não só a competição, mas na vida!

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