Brasileira recebe prêmio internacional por projeto de alfabetização focado em crianças com deficiência
Por: Lohrrany Alvim
09/09/2022 – 15h09
Na semana em que foi comemorado o Dia Mundial da Alfabetização, o projeto Literatura Acessível, série de livros infantis em formatos acessíveis escritos pela empreendedora social e doutora em Educação Carina Alves, foi escolhido pela UNESCO como um dos mais importantes do mundo na área da alfabetização.
Carina recebeu, em uma cerimônia realizada na Costa do Marfim, o Prêmio Confucio de Alfabetização, criado em 2005. Ela comemorou a premiação, que vai destinar US$ 30 mil ao Instituto.
“É um reconhecimento muito importante, especialmente por vir de um organismo internacional com a credibilidade da UNESCO. Prova do nosso acerto ao falar da inclusão de forma lúdica”, celebra.
Carina é fundadora do Instituto Incluir, ONG carioca de projetos de inclusão. As obras da série Literatura Acessível trazem como protagonistas crianças ativas e alegres portadoras de algum tipo de deficiência, ressaltando a importância da inclusão e da acessibilidade.
“Trabalho com inclusão de crianças e jovens com deficiência há 20 anos. Recentemente, o Incluir ampliou o conceito de inclusão para contemplar pessoas de todas as idades em situação de vulnerabilidade social. No caso do Literatura Acessível, um dos projetos que comando e que ganhou o prêmio da UNESCO, o propósito é transmitir às crianças uma mensagem de inclusão e equidade e servir para que aquelas que tenham alguma deficiência sejam percebidas por sua potência, não pela carência”, destaca a escritora.
O projeto nasceu em 2014, durante a defesa de mestrado em Educação de Carina, quando ouviu de alguns orientadores a pergunta sobre o que faria com histórias de crianças com deficiência que a mesma tinha apurado durante a pesquisa. Uma das doutoras da banca chegou a dizer que a base da educação – as crianças – tinha de aprender mais sobre a diversidade humana. O projeto atende a todas as regiões do Brasil e outros países. Além dos livros de acessibilidade, o Literatura Acessível também oferece e-books gratuitos e um aplicativo.
“Os livros têm personagens fictícios inspirados em crianças que conheci e que não têm na deficiência um impeditivo para ser felizes e produzir. E os formatos acessíveis foram uma escolha natural para unificar o entendimento das mensagens”, explica a autora.
São diversos formatos de livros, que incluem leitura simples em Braile, Libras, audiodescrição e pictogramas. O programa já inscreveu mais de 2 mil alunos, sendo que 55% são meninas e mulheres.
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