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Biólogo brasileiro recebe prêmio internacional por projeto de preservação de botos ameaçados

Por: Lohrrany Alvim
03/07/2021 – 09h45

População de 90 botos na Região Sul do RS é ameaçada pela pesca. (Foto reprodução Internet)

 

Mais uma conquista internacional para o Brasil. O biólogo brasileiro Pedro Fruet foi um dos seis vencedores do Prêmio Whitley 2021, conhecido como “Oscar verde”, entregue pela entidade britânica Whitley Fund for Nature (WFN). O prêmio de 40 mil libras, equivalente a cerca de R$ 300 mil, será destinado a ações de conservação dos cetáceos em Rio Grande, na Região Sul do Rio Grande do Sul.

O cientista atua na preservação da população de botos ameaçados pela pesca. Segundo ele, há aproximadamente 90 botos vivendo na região. O objetivo da iniciativa é reduzir a mortalidade dos animais em 40% nos próximos cinco anos.

“Vamos continuar monitorando a população de botos para entender como ela responde a esses estímulos e impactos humanos ao longo do tempo”, diz.

 

História do biólogo

Pedro Fruet é formado em biologia, com mestrado e doutorado na Universidade Federal do Rio Grande (FURG) na área de oceanografia biológica. Atuando há 20 anos, o cientista integra um projeto de preservação, iniciado em 1974 no Museu Oceanográfico da FURG, além de ser sócio-fundador da ONG Kaosa. Pedro ainda é secretário do Meio Ambiente do município gaúcho.

 

Preservação

Durante o monitoramento dos golfinhos, o grupo percebeu que a morte acidental de botos em redes de pesca estava aumentando na área. Para tentar reverter essa situação, foi criada uma zona de preservação. Entretanto, segundo Fruet, a iniciativa não teve resultados. Para resolver esse problema, ele resolveu optar por uma abordagem social, fazendo com que os pescadores da região participem da preservação dos botos.

“Nós vamos fazer um processo participativo, tentar buscar uma solução para acalmar os ânimos e ver se a gente consegue chegar ao objetivo final, que é reduzir a mortalidade”, relata.

Com a verba do prêmio, Pedro pretende capacitar um grupo de pessoas para atuar na fiscalização. Além disso, será feito um mapeamento da população de botos, coletando dados e analisando o comportamento demográfico dos animais.

De acordo com o biólogo, o Rio Grande do Sul tem uma alta população de botos. Os animais também podem ser vistos em Tramandaí e Torres, no Litoral Norte, mas principalmente no estuário da Lagoa dos Patos. No continente, cerca de 600 animais se concentram próximos da costa do Atlântico entre o norte de Santa Catarina e a Argentina.

 

Reconhecimento brasileiro

Esta é a décima vez que o Brasil é reconhecido pelo Whitley Awards. No ano passado mostramos por aqui as duas brasileiras que também receberam o prêmio de conservação do meio ambiente. Patrícia Medici e Gabriela Cabral Rezende são pesquisadoras da ONG IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, criada para conservar a fauna ameaçada no Brasil. Outros cinco pesquisadores conservacionistas de outros países também receberam a honraria em 2020.

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