Anvisa autoriza pesquisa nacional para tratar câncer
Por: Lohrrany Alvim
29/07/2022 – 09h55
Um tratamento contra o câncer inédito no Brasil, feito a partir de células geneticamente modificadas, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Os alvos da terapia promissora, até o momento, serão a leucemia linfocítica aguda, linfocítica crônica B e linfomas B. Segundo a instituição, a pesquisa clínica será realizada pelo Hospital Israelita Albert Einstein com financiamento do Sistema Único de Saúde.
Ainda de acordo com a Anvisa, num primeiro momento, poucos pacientes deverão participar do estudo.
“O ensaio clínico se encontra em fase inicial de desenvolvimento e deverá ser rigorosamente controlado para avaliação dos riscos e benefícios”, informou.
Como funciona
O estudo envolve as chamadas células CAR-T. O próprio glóbulo branco (célula de defesa) do paciente é retirado e modificado geneticamente em laboratório para atacar um tumor específico. Depois é reintroduzido no corpo da pessoa, onde se reproduz e combate o câncer.
Custo-benefício
Além de ser uma terapia promissora, a pesquisa se tornou atrativa por reduzir consideravelmente os custos médicos. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o tratamento pode ficar até dez vezes mais barato, quando comparado com os custos comerciais hoje.
“O ensaio clínico se encontra em fase inicial de desenvolvimento e deverá ser rigorosamente controlado para avaliação dos riscos e benefícios”, disse a equipe que comandará as pesquisas.
Primeiros testes
Para quem não sabe, as pesquisas ou ensaios clínicos são estudos realizados com humanos para descobrir ou confirmar efeitos clínicos e terapêuticos de algum tipo de tratamento direcionado. Essas pesquisas também ajudam a identificar eventos adversos e analisar características e mecanismos de ação, metabolismo e excreção de produto ou medicamento, com objetivo de verificar a segurança, eficácia e qualidade da terapia, antes de ela ser disponibilizada para todas as pessoas.
A primeira etapa do tratamento contra o câncer, a partir das células CAR-T, envolve apenas 10 pacientes. A previsão é terminar a etapa 1 até a metade do ano que vem.
Desde 2018, a Anvisa já autorizou mais de 18 ensaios clínicos com produtos de terapia avançada, onde os medicamentos e produtos são desenvolvidos a partir de células e genes humanos visando atender demandas terapêuticas e de qualidade de vida em doenças raras.
Veja também: Universidade pública vai ensinar técnica que pode ampliar o tratamento dos cânceres de pele
> Voltar