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Universidade pública vai ensinar técnica que pode ampliar o tratamento dos cânceres de pele

Por: Adriano Dias
26/07/2022 – 06h25

Tratamento se tornou possível através da doação de um equipamento pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. (Foto reprodução Internet)

 

A batalha contra o câncer de mama ganha um grande passo para quem depende do tratamento através da rede pública. Isso porque o Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense, se tornou a primeira unidade da rede do Sistema Único de Saúde no estado a contar com um aparelho usado na cirurgia micrográfica de Mohs. A reportagem foi publicada no site Agência Brasil. Para quem não conhece, essa técnica amplia a possibilidade de cura em cânceres de pele em torno de 100% para tumores com baixa capacidade de disseminação via linfática ou sanguínea.  

A doação do produto para o Hospital Universitário foi feita pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Em compensação, o HUAP vai ter que oferecer a formação de novos especialistas nesta técnica, que permite uma visão completa da superfície tumoral na pele durante sua retirada. Em matéria publicada no site Agência Brasil, o coordenador da Dermatologia do Hospital, professor Flavio Luz, detalhou que essa técnica tem a capacidade de visualização microscópica de 100% da superfície do tumor.  

“Dessa maneira e mapeando o material, a peça, a gente consegue uma precisão quase que absoluta, plena, de onde está o tumor e até onde ele vai. Isso nos permite remover totalmente o tumor”.  

Ainda segundo Luz, a cirurgia micrográfica de Mohs também permite a visualização da superfície tumoral e faz com que seja possível um mapeamento mais preciso e a chance maior de cura. 

Procedimento aprovado mundo afora 

A técnica da cirurgia micrográfica de Mohs é considerado padrão ouro no tratamento de câncer de pele no mundo. No entanto, sua viabilidade é possível por conta da técnica precisa do aparelho doado pela SBCD, além de outros equipamentos. Segundo Flavio Luz, os benefícios são grandes para os pacientes, uma vez que o tumor é totalmente removido.  

“Ele não volta. É uma vantagem enorme. Ele deixa de ser agressivo, o paciente fica curado, diminui mutilações, previne novas cirurgias, previne radioterapia, quimioterapia, etc”, detalha o médico para o Agência Brasil.  

Ainda de acordo com o médico, o câncer de pele é o mais frequente no ser humano, pois responde por cerca de 30% de todos os cânceres que afetam o homem. 

Está prevista para o dia 27 deste mês a realização da primeira cirurgia micrográfica com o uso do aparelho doado pela SBCD. A princípio, a intenção é realizar uma cirurgia desse tipo no HUAP a cada semana.  

“Vamos começar com uma cirurgia por semana e, como é uma formação, a gente não tem como fazer a cirurgia em quantidade”.  

O foco, atualmente, é a formação de bons cirurgiões micrográficos. Na medida em que o hospital for formando novos especialistas, serão realizadas cirurgias em um menor tempo, o que permitirá realizar mais cirurgias a cada dia.  

“E, com mais pessoas, isso vai se multiplicando cada vez mais. Essa é a intenção”, afirmou o coordenador da Dermatologia do HUAP/UFF.  

Segundo expôs o profissional, os resultados para o SUS são também positivos porque, quando se consegue cerca de 100% de cura com essa técnica, evita-se custos de novas cirurgias e tratamentos. 

Veja também: Estudo descobre como reverter agressividade do câncer de pâncreas 

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