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Rio de Janeiro passa a promover transplante de pulmão no país

Por: Adriano Dias
10/07/2021 – 09h52

Estado é o terceiro do país a realizar esse procedimento. (Foto reprodução Internet)

 

Fibrose cística, sarcoidose, fibrose pulmonar, hipertensão pulmonar, linfangioleiomiomatose, bronquiectasia severa e DPOC grave. O que todas essas graves doenças têm em comum?  São todas combatidas com o transplante pulmonar. Neste modelo de tratamento, um pulmão doente pode ser trocado por outro saudável, geralmente de um doador que acabou de falecer. Esse processo ganhou importância de 2020 pra cá, pois o pulmão também é uma das regiões mais atingidas por quem contrai a Covid-19 – o que os médicos classificam como Acometimento Pulmonar.

Diante dessa urgência, o Estado do Rio de Janeiro ganhou, através do Instituto Nacional de Cardiologia, um centro para o processo de transplantes de pulmão pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Este procedimento é considerado um dos mais complexos pela comunidade médica. Com isso, o Rio passa a ser o terceiro estado do país a oferecer o tratamento. A equipe especializada e os equipamentos necessários foram instalados na instituição no mês passado.

Reparação história

A mais nova adesão do instituto pode ser considerada uma correção de uma injustiça, pois o estado há tempos sofre com a ausência de hospitais na área. Neste mais recente processo, os pacientes que precisavam de transplante de pulmão acabavam indo morar em outros estados em busca do tratamento. O INC conta agora com uma equipe montada para a realização deste tipo de transplante. No momento, o instituto conta com 30 profissionais: quatro médicos cirurgiões, um pneumologista, um infectologista, um cardiologista e quatro anestesistas são alguns dos especialistas que integram a equipe.

Como funciona a caminhada para a conclusão do processo de implante?

Quando surge de um doador, não pode passar de oito horas o tempo entre a retirada do pulmão do doador e seu efetivo implante no corpo do outro paciente que receberá o órgão. No momento, o hospital possui uma paciente de aproximadamente 30 anos na fila do SUS, aguardando o transplante. Além do tratamento inédito de transplante de pulmão, o instituto é o único hospital público que realiza transplantes cardíacos em adultos e crianças no Estado e é o segundo centro que mais realiza cirurgias de cardiopatias congênitas no Brasil.

Os cuidados com o processo

Apesar da missão de auxiliar na melhora da qualidade de vida, os especialistas explicam que este procedimento também pode causar várias complicações e, por isso, só é usado quando outras formas de tratamento não funcionam. Eles argumentam que, no momento em que pulmão transplantado apresenta um tecido diferente para o organismo, o paciente passa a ser obrigado a tomar remédios imunossupressores por toda a vida. Esses remédios diminuem as chances de as células de defesa do corpo tentarem combater o tecido estranho do pulmão, evitando uma rejeição do transplante.

Os médicos ressaltam também que, mesmo que o transplante possa ser feito em quase todas as pessoas com agravamento destas doenças, o processo está contraindicado em alguns casos especialmente se existir uma infecção ativa, histórico de câncer ou doença renal grave. Para aqueles que realizam o procedimento, a recuperação gira em torno de 1 a 3 semanas – claro, a depender do organismo do paciente. Logo após a cirurgia, é necessário ficar internado na UTI, pois é preciso usar um ventilador mecânico para ajudar o novo pulmão a respirar corretamente.

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