“Vamos nos atualizar, mas sem perder a essência da Rádio Rio de Janeiro”.
Por: Lohrrany Alvim e Adriano Dias
21/08/2021 – 10h35
Carioca da Tijuca, Nelson Nascimento Andrade, 80 anos, tem uma participação de extrema importância nas cinco décadas de Rádio Rio de Janeiro, que será celebrado em outubro de 2021. Para ser mais preciso, desde dezembro de 1992, ele auxilia na manutenção dos equipamentos eletrônicos da Emissora da Fraternidade. Já são 29 anos de parceria. Não é à toa que é, atualmente, o colaborador mais antigo da Rádio Rio de Janeiro. Mesmo atuando no sistema de home-office, ele nunca deixou de apoiar aqueles que estão presentes diariamente na seda da emissora, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio.
Seu Nelson, como é conhecido carinhosamente por todos da Rádio, é daquelas pessoas que não dispensa uma conversa com seus colegas, principalmente, na sala de cafezinho.
A missão da Emissora da Fraternidade é divulgar a Doutrina Espírita e incentivar a educação, a cultura e a formação moral e ética do ser humano, através dos meios de comunicação, algo que o nosso entrevistado entende bem. Ele relembrou toda evolução tecnológica que vivenciou na Rádio Rio de Janeiro e se emocionou ao contar que impediu uma mudança que poderia influenciar diretamente na missão que temos que empunhar todos os dias.
Seu Nelson não poupa elogios à rádio que toda família pode ouvir e ressalta que seu trabalho, hoje e sempre, é atualizá-la. Ele já avisou ao Presidente Roberto Vitorino que no dia em que não trabalhar mais na Emissora da Fraternidade, vai continuar como voluntário: “a minha intenção é sempre ajudar”.
Confira a entrevista completa:
Rádio Rio de Janeiro: Como foi a sua chegada à Rádio?
Nelson Nascimento: “Um casal que a gente chamava de Tio Gerd e Tia Déa. O Tio Gerd trabalhou na Rádio Rio de Janeiro por muito tempo na parte financeira, que era muito reduzida, parecia mais caixinha de centro espírita. Gerd queria que eu viesse ajudar na Rádio Rio de Janeiro e eu estava precisando trabalhar. Ele acabou desencarnando em dezembro de 1992, e nesse período fui chamado. Comecei ajudando com alguns aparelhos, como prestador de serviços, e depois fui efetivado”.
RRJ: Fale um pouco sobre as evoluções tecnológicas da Emissora.
NN: “Naquela época, a situação financeira da Rádio Rio de Janeiro era muito precária. Nós trabalhávamos naquela época com gravadores de rolo usados. A mesa de som também era reduzida porque era muito antiga. Passamos muito tempo com essas deficiências. Até que eu resolvi construir uma mesa de som, com 11 canais, e ficamos muito tempo com ela no ar. Depois, resolvemos fazer outras duas mesas, a terceira muito usada no antigo estúdio, que hoje abriga o Espaço Geraldo de Aquino”.
RRJ: Suas principais funções na emissora.
NN: “No começo, eu mexia com tudo que era de eletrônica. Também tinha um operador que, nas horas vagas, trabalhava como ajudante. Todas as instalações foram trocadas na época”.
RRJ: Quais foram às mudanças significativas que o senhor acompanhou nesses 50 anos de Emissora da Fraternidade?
“A mudança que mais se destacou foi na parte de informática porque naquela época não tínhamos computadores. E a implantação do sistema de informática para controlar a programação foi fora de série”.
RRJ: Qual a história mais marcante que o senhor viveu nesses 50 anos da nossa Rádio?
NN: “Nós tivemos um administrador e, como a Rádio estava em uma situação de redução de custos, ele queria desligar a Rádio Rio de Janeiro às 23h. Eu disse a ele que não concordava com isso. Nos hospitais, os doentes não conseguem dormir durante à noite. E nesse momento em que os hospitais estão às escuras, é a hora de ouvir a programação da Rádio. Eu consegui convencê-lo. Acho que a minha atuação foi importante”.
RRJ: Como o senhor imagina a RRJ daqui a 50 anos?
NN: “Às vezes questionam que a Rádio Rio de Janeiro deveria ser igual às outras rádios, e eu sempre venho batalhando e dizendo que a Rádio Rio de Janeiro é diferente. Porque a programação dela não tem nada a ver com a programação das outras rádios, o nosso produto é diferente. E eu acho que, com o passar do tempo, vamos nos atualizar mais em relação à tecnologia, mas sem perder a essência da Rádio Rio de Janeiro”.
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