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Vacina experimental contra HIV é aplicada em humanos

Por: Isabela Lauriano
24/02/2022 – 09h57

Primeiros voluntários já começaram a receber as doses dos testes da vacina contra o vírus HIV. (Foto reprodução Internet)

 

A luta contra o covid continua, mas também a luta contra a HIV é constante. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é causada pelo vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). O HIV é um vírus que se instala no corpo humano de tal forma que ele não consegue se livrar, obrigando a pessoa a conviver para sempre com ele.

Transmitido pelo contato com sangue, sêmen ou fluidos vaginais infectados, o HIV afeta especificamente as células do sistema imunológico, que sem o tratamento antirretroviral (TARV) torna o organismo, ao longo do tempo, incapaz de lutar contra infecções (AIDS). Segundo dados da Organização das Nações Unidas, atualmente, em todo o mundo, existem mais de 38 milhões de pessoas vivendo com HIV/aids. A epidemia de Aids existe há 40 anos e, em 2020, foram registrados 32.701 casos de pessoas com HIV no Brasil.

Por conta disso, estudos para descobrirem uma vacina contra a doença são feitos há muito tempo. Recentemente, a farmacêutica Moderna anunciou que iniciou os testes em humanos para uma vacina contra o vírus HIV. O ensaio clínico está em fase 1 e é realizado nos Estados Unidos, com a participação de 56 voluntários saudáveis que são HIV negativos. As primeiras pessoas do grupo de voluntários já começaram a receber suas doses na Escola de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade George Washington, na capital americana. O teste inclui participantes de quatro locais: Faculdade de Medicina da Universidade George Washington, Centro de Vacinas Hope Clinic of Emory, Centro de Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson e Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas em San Antonio.

O teste, intitulado IAVI G002, está sendo conduzido em parceria com a International AIDS Vaccine Initiative (IAVI), uma organização de pesquisa científica sem fins lucrativos. A parceria está testando uma vacina que fornece antígenos específicos do HIV ao corpo com o objetivo de induzir uma resposta imune.

Esses antígenos foram inicialmente desenvolvidos por pesquisadores da IAVI e da Scripps Research (organização de pesquisa médica sem fins lucrativos). Em um teste de “prova de conceito” no ano passado, a equipe de pesquisadores descobriu que os antígenos do HIV produziam a resposta imune desejada em 97% dos participantes.

O estudo atual se baseia no anterior, testando a versão primária da vacina e também uma versão de reforço, empregando a tecnologia de mRNA (ou RNA mensageiro) da Moderna, que foi anteriormente usada para criar uma vacina contra o COVID-19 bem-sucedida.

Segundo o presidente e CEO da IAVI, Mark Feinberg, a busca por uma vacina contra o HIV tem sido longa e desafiadora, e ter novas ferramentas em termos de imunógenos e plataformas pode ser a chave para progredir rapidamente em direção a uma vacina eficaz e urgentemente necessária.

O Estado do Rio de Janeiro registrou mais de 1.600 casos de HIV, no ano passado; A Aids atingiu 98 mil pessoas nos últimos 20 anos.

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