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Vacina contra câncer do colo do útero tem resultados promissores em testes.

Por: Isabela Lauriano
09/04/2022 – 09h47

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da USP desenvolvem uma vacina terapêutica que, foi capaz de eliminar tumores associados ao papilomavírus humano. (Foto reprodução Internet)

 

Estudos no mundo comprovam que 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Essa percentagem pode ser ainda maior em homens. Estima-se que entre 25% e 50% da população feminina e 50% da população masculina mundial esteja infectada pelo HPV.

O papilomavírus humano, mais conhecido como HPV, possui mais de 100 tipos que podem infectar a pele e as mucosas de homens e mulheres, dos quais 40 estão relacionados às infecções genitais. Sua principal forma de transmissão é pela via sexual. Alguns tipos do vírus provocam verrugas, sendo 90% dos casos provocados pelos tipos 6 e 11, ou lesões que tendem à regressão. Pelo menos outros 13 tipos de HPV podem produzir lesões com potencial de progressão para o câncer, tendo os tipos 16 e 18 sido encontrados em cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero no mundo.

Pensando nisso, pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP desenvolvem uma vacina terapêutica que, em camundongos, foi capaz de eliminar tumores associados ao papilomavírus humano (HPV), principal agente causador do câncer do colo do útero.

O estudo do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP mostrou que, quando associada à quimioterapia baseada em cisplatina, a vacina induziu resposta antitumoral específica capaz de eliminar tumores em estágio avançado de desenvolvimento sem apresentar toxicidade. Ou seja, não causou danos no fígado, nos rins, nem induziu a perda de peso nos animais. Os pesquisadores fazem agora a prova de conceito clínica em humanos.

A pesquisa é conduzida por dois laboratórios do ICB: Imunologia de Tumores, que é coordenado pelo professor José Alexandre Marzagão Barbuto, e Desenvolvimento de Vacinas, coordenado pelo professor Luís Carlos de Souza Ferreira, além da empresa ImunoTera Soluções Terapêuticas. O projeto conta ainda com o apoio da Divisão de Ginecologia do Hospital das Clínicas (HC) da USP, por meio dos professores Edmund Chada Baracat e José Maria Soares Junior, e da médica ginecologista Maricy Tacla.

O HPV também tem relação com a ocorrência de cânceres de garganta, ânus e pênis. Dessa forma, é importante a imunização para ambos os sexos.

Com a intenção de diminuir o contágio por esse vírus, o Ministério da Saúde iniciou, a vacinação contra o HPV, que passou a ser oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 11 a 13 anos, idade em que se acredita que a maioria das meninas ainda não iniciou a atividade sexual e, portanto, ainda não teve contato com o HPV.

A vacina quadrivalente está aprovada no Brasil para prevenção de lesões genitais pré-cancerosas de colo do útero, vulva e vagina e câncer do colo do útero em mulheres e verrugas genitais em mulheres e homens, relacionados ao HPV 6, 11, 16 e 18.

A vacina bivalente está aprovada para prevenção de lesões genitais pré-cancerosas do colo do útero e câncer do colo do útero em mulheres, relacionados ao HPV 16 e 18.

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