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Universidade de Brasília desenvolve inseticida capaz de combater o Aedes aegypti

Por: Lohrrany Alvim
19/02/2022 – 08h54

A equipe do projeto planeja realizar os primeiros testes de eficácia do produto em breve.(Foto reprodução Internet)

 

Verão é tempo de aumentar os cuidados contra o Aedes aegypti. O mosquito se reproduz o ano todo, mas é durante a estação mais quente do ano que ele se prolifera ainda mais por causa das constantes chuvas e do calor, condições que o Aedes aegypti adora. Por isso é necessário redobrar os cuidados.

Pensando nisso, para driblar o aumento de casos de dengue, chikungunya e zika vírus, estudantes da Universidade de Brasília criaram um inseticida natural para eliminar o Aedes Aegypti, mosquito transmissor dessas doenças. O produto foi criado a partir de compostos de origem vegetal no Laboratório de Farmacognosia. De acordo com a professora da Faculdade de Ciências da Saúde (FS) e pesquisadora do ArboControl, Laila Espíndola, as expectativas são altas.

“Esperamos, com este inseticida natural, nos livrarmos destes mosquitos resistentes que não morrem com os inseticidas sintéticos convencionais”, explica a professora.

Primeiros testes

A equipe do projeto planeja realizar os primeiros testes de eficácia do produto em breve na UnB. A previsão é que ainda neste mês seja iniciada a aplicação do inseticida em focos de água parada – principais criadouros do mosquito – no Instituto Central de Ciências (ICC).

“Como iremos jogar o inseticida direto na água para matar ovo, larva e pupa, esperamos acabar com o ciclo do mosquito”, detalha a professora.

O objetivo é monitorar durante três semanas as fêmeas do Aedes aegypti no ICC. No final de janeiro foram instaladas 150 armadilhas ao longo do prédio para capturar os mosquitos. De acordo com Laila Espíndola, as armadilhas possuem um composto natural que atrai o inseto, e simulam um reservatório perfeito para as fêmeas colocarem seus ovos.

Após esse período, será a vez da aplicação do inseticida, que ocorrerá durante cinco semanas seguidas. Nesta nova etapa, será possível acompanhar o ciclo de eclosão dos ovos do inseto e analisar a eficácia do produto. E caso a equipe perceba um crescimento no quantitativo de mosquitos ao longo das semanas, a dosagem do inseticida será aumentada.

 

Armadilhas contra o Aedes aegypti

Após a conclusão desse processo, as armadilhas serão monitoradas para observar se houve ou não redução na circulação do mosquito no local com o uso do inseticida.

“Nós instalamos as armadilhas nos dias 27 e 28 de janeiro e já iniciamos o monitoramento. Dependendo do número de mosquitos presos na armadilha, vamos saber a quantidade naquela região. Essa etapa é importante porque somente com as armadilhas podemos analisar a quantidade de mosquitos antes, durante e após a aplicação do nosso produto”, afirma.

Os pesquisadores ainda não preveem o uso da armadilha e do inseticida em outros pontos da Universidade. O foco neste momento é aplicar o produto e monitorar os dados até junho deste ano.

Como o inseticida do ArboControl será aplicado na água, o objetivo é eliminar ovos, larvas e pupas antes que atinjam a fase adulta. Já com as armadilhas, será possível quantificar e monitorar o ciclo do mosquito antes, durante e após a aplicação do inseticida.

De acordo com as especificações do ArboControl, a iniciativa possui quatro frentes de trabalho, focadas na pesquisa para controle de vetor; em novas tecnologias em saúde; na educação, informação e comunicação para o controle do vetor; e na formação e capacitação profissional para lidar com a questão.

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