UFRJ desenvolve teste de detecção da Covid-19 de baixo custo
A ideia é que o exame possa ser aplicado em grandes populações.
Por: Lohrrany Alvim
19/07/2020 – 15h39
Em meio à corrida por uma vacina eficaz contra a Covid-19, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveu um teste sorológico com um valor bem acessível para a detecção de anticorpos para o novo coronavírus. A expectativa é que o exame possa ser aplicado em grandes populações.
Chamado de “teste S-UFRJ”, o exame foi criado em conjunto por pesquisadores do Instituto de Biofísica e do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE), com a colaboração de pesquisadores do Instituto de Biologia e da Faculdade de Medicina da UFRJ.
A expectativa é que o exame custe menos de US$ 1 (R$ 5,35 na cotação atual) e possa ser utilizado em larga escala. Uma das principais barreiras para a realização de exames de detecção da Covid-19 em grandes populações são os altos custos.
A professora Leda Castilho, da Coppe/UFRJ, uma das coordenadoras do projeto, explicou que, por conta do baixo custo, esse novo teste é muito útil para a vigilância epidemiológica, estudos de soroprevalência, para saber quanto da população já teve contato com o vírus. Segundo ela, onde a população teve menos contato há mais chance de ocorrer uma segunda onda de Covid-19.
Um dos pontos positivos desse exame é o método de testagem. Em outros testes, conhecidos pela sigla ELISA, as amostras de sangue são retiradas em laboratório com seringa. Neste caso, basta uma gota na ponta do dedo. O exame conta com mais de 90% de acerto já a partir do décimo dia desde o início dos sintomas, atingindo 100% a partir de 20 dias. O artigo científico, contendo os resultados da pesquisa que levou a criação do teste, está em fase de análise por outros cientistas.
Nome escolhido
O nome “teste S-UFRJ” foi escolhido porque o exame utiliza a proteína S, presente na superfície do coronavírus, e que está sendo produzida em laboratório desde fevereiro pelos pesquisadores da Coppe/UFRJ.
“Esta proteína é responsável pela ligação do vírus às células humanas, permitindo a entrada e multiplicação do vírus. Ela é um alvo prioritário do sistema imunológico, sendo a proteína mais promissora para o desenvolvimento de ensaios de diagnóstico sorológico”, ressaltou Leda Castilho.
O exame da UFRJ foi desenvolvido utilizando mais de 200 amostras positivas e negativas para a Covid-19. Em agosto, os testes serão aplicados em amostras dentro da universidade. Depois dessa fase, será a vez da aplicação na população em geral.
Rio de Janeiro
Uma pesquisa da UFRJ, do Laboratório Central Noel Nutels e do HemoRio, revelou que o novo coronavírus já não circula com tanta potência no Rio de Janeiro, mas ainda está longe de desaparecer do estado. Isso porque, de acordo com o estudo, a prevalência da infecção diminuiu, mas especialistas dizem que ainda é cedo para saber o que acontece por aqui, e alertam para o risco de a Covid-19 se tornar endêmica.
Uma doença endêmica é aquela que se manifesta com frequência em determinadas regiões. Ou seja, a população convive constantemente com ela.
Por isso, vamos sempre seguir as recomendações para evitar a propagação da Covid-19: lave suas mãos com frequência e utilize álcool em gel; mantenha uma distância segura de qualquer pessoa, e não toque nos olhos, no nariz ou na boca. Quando tossir ou espirrar, cubra o nariz e a boca com o cotovelo dobrado ou um tecido. Se possível, fique em casa! E se você tiver febre, tosse e dificuldade para respirar, procure assistência médica.
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