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Testes iniciais revelam a existência de um anticorpo que previne a disseminação do câncer

Por: Adriano Dias
26/04/2022 – 10h15

 

A ciência deu mais  um passo importante para um  tratamento que pode vir a ajudar a controlar a disseminação do câncer. Segundo a publicação da revista científica “Nature Cancer” divulgada pelo portal G1, um grupo de cientistas anunciou a descoberta de um anticorpo que ataca as chamadas “células-tronco cancerígenas”, mas que não danifica células saudáveis. De acordo com a publicação, o denominado “Petosemtamab”  previne o início da disseminação do câncer para outros órgãos vitais e, ao mesmo tempo, retarda o crescimento de tumores primários. Um dos idealizadores do projeto, o pesquisador do Instituto de Investigação em Biomedicina de Barcelona, Eduardo Battle, classificou a descoberta como o “início do futuro da medicina”.

A importância dos organoides

O projeto começou a ser idealizado através de testes feitos com camundongos. Porém, os cientistas já avisaram que esses anticorpos já são capazes de oferecer as bases para a disseminação do uso de organoides (pequenos tecidos em 3D derivados de células-tronco) no processo de descoberta de novos medicamentos pela indústria farmacêutica. Vale ressaltar que os organoides são culturas celulares e eles podem facilitar a realização de testes e a identificação de medicamentos que serão eficazes para os pacientes caso utilizadas nos estágios iniciais de desenvolvimento de drogas.

Outro ponto positivo, segundo a publicação, é que há também a possibilidade de identificar logo de cara os possíveis efeitos colaterais desses medicamentos e até mesmo se eles serão eficazes contra tumores portadores de uma mutação específica. No entanto, isso só foi possível porque, pela primeira vez, uma espécie de ‘biobanco’ de organoides de pacientes com câncer de cólon foi utilizado. Assim, os pesquisadores puderam identificar qual novo anticorpo, entre centenas analisados, foi mais eficaz e possivelmente mais adequado para a maioria dos pacientes.

Hoje, a chamada  medicina regenerativa utiliza organoides somente para personalizar o tratamento contra o câncer: pesquisadores avaliam, por exemplo, a eficácia de um tratamento para um determinado paciente. A empresa holandesa de biotecnologia Merus, que encabeçou o projeto com pesquisadores do IRB Barcelona, do Centro de Pesquisa Biomédica da Rede do Câncer (CIBERONC), pretende agora publicar nos próximos meses novos dados sobre os ensaios clínicos em andamento.

Novas etapas

Segundo a matéria, em outubro de 2021, a companhia apresentou dados preliminares sobre a segurança, tolerabilidade e atividade antitumoral da monoterapia com o MCLA-158 em um tumor maligno desenvolvido a partir de células epiteliais, o carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço (HNSCC).

Segundo o estudo de fase 1, três dos sete pacientes com HNSCC obtiveram respostas parciais, com um atingindo resposta completa após a data de corte de dados de agosto de 2021. A redução do tumor foi observada em todos os sete pacientes.

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