Blog

Universidade de Brasília cria site e aplicativo para facilitar doações em tempos de coronavírus

Queda de donativos após surgimento da Covid-19 levou professores e equipe a desenvolver as ferramentas.

Plataformas permitem doação de diversos tipos de produtos.
Plataforma permite doações de diversos tipos de produtos. | Foto: Reprodução Internet

 

A pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus e que afeta todo o planeta, deu início a uma onda de solidariedade e amor. Para ajudar quem mais precisa, diversas iniciativas surgiram para proporcionar apoio nesse momento tão difícil. Há vários projetos em andamento com intuito de dar auxílio a comunidades vulneráveis à infecção, apoio financeiro a pessoas prejudicadas durante a pandemia, além de campanhas de suporte a profissionais de saúde, que estão na linha de frente no combate à covid-19.

 

Iniciativa gratuita

E para auxiliar quem mais precisa, um site e um aplicativo gratuitos prometem facilitar as doações no Distrito Federal. O objetivo dos projetos é reunir, em um único local, doadores e entidades filantrópicas para que possam se encontrar de forma mais rápida e fácil.

As ferramentas foram criadas por uma equipe de 16 pessoas, formada por professores da Faculdade UnB Gama (extensão da Universidade de Brasília), ex-alunos do curso de Engenharia de Software e outros profissionais do mercado. Também fazem parte da equipe a empresa Main Class e a Rede Solidária Anjos do Amanhã, programa de voluntariado da Vara da Infância e da Juventude (VIJ) do Distrito Federal.

De acordo com George Marsicano, docente da FGA que coordena o projeto, a ideia é facilitar e potencializar a relação entre sociedade e entidades filantrópicas, além de ajudar a dar maior visibilidade às ações de doação.

“Conversando com diversas pessoas que atuam com doações, percebemos que várias delas não possuem CNPJ, como, por exemplo, grupos de pastorais e de voluntários de centros espíritas. Elas estão ligadas a alguma entidade formal, mas o grupo, em si, não é formal. E existem várias outras situações”, declara Marsicano.

 

Doarti

Se você está se perguntando sobre as duas plataformas, aí vai a resposta: o aplicativo e o site são complementares. O primeiro será direcionado a doadores e entidades. Já o segundo, a entidades. Na primeira versão do app Doarti estarão disponíveis funcionalidades como cadastro de doadores, consulta de entidades, envio de notificação aos doadores sempre que uma nova ação for registrada, tipos de doações, controle de entrega e recebimento de doações.

Já no site estarão todas as informações e critérios que as entidades devem cumprir para participarem dessa iniciativa, como o cadastro e a atualização dos dados. Além disso, a ferramenta contará com os dados da equipe envolvida, notícias e outras informações.

O site já foi lançado no último dia 21 e você pode conferir clicando aqui. Já o app está previsto para ser lançado dia 27 de abril e poderá ser baixado na Play Store e na Apple Store.

Veja também: Cabine criada no Brasil protege profissionais da saúde do coronavírus

 

Medidas de proteção

Para evitar que instituições falsas utilizem a iniciativa e se aproveitem do projeto, algumas regras foram criadas. Com o apoio da Vara da Infância e da Juventude, critérios foram estabelecidos para comprovar a existência e a atuação real da entidade em questão. Além disso, algumas pessoas da equipe do Doarti serão responsáveis pela verificação das informações passadas pelas entidades que se cadastrarem.

“Ressalto que qualquer entidade beneficente poderá se cadastrar, mas caso não preencha os requisitos necessários, não será ativada no app”, esclarece o coordenador do projeto.

 

Início do projeto

Neste primeiro momento, o site e o aplicativo vão permitir doações de produtos como alimentos, materiais de limpeza e higiene e roupas (novas ou usadas). Já na próxima fase do projeto, ambos vão aceitar doações em dinheiro.

“Atualmente, existem duas situações básicas. Na primeira, a pessoa quer fazer uma doação e ela mesma vai levar seus produtos até a entidade. Nesse caso, ela vai utilizar o app simplesmente para achar quem está precisando do produto que ele quer doar. Na segunda situação, a pessoa quer doar e precisa de alguém para buscar o produto em sua residência, ou outro local. Nesse caso, depois de encontrada e selecionada a entidade para a qual se deseja doar, a pessoa vai cadastrar a sua doação no app (quantidade, tipo, etc.)”, detalha Marsicano.

Para isso, o app envia uma notificação para a entidade informando que há uma nova doação disponível. Ela se organiza para fazer a retirada, e por fim, registra no app a doação concretizada. Após esse processo, doador e entidade passam a ver suas doações feitas, recebidas ou em situação ‘aguardando retirada’”.

O planejamento de George Marsicano veio após constatar que houve grande queda nas ações de doação no Distrito Federal, com o surgimento do novo coronavírus.

“Os meios de comunicação noticiaram que as entidades beneficentes tiveram um decréscimo de quase 80% em suas doações. Além disso, vimos que as várias ações (campanhas) que existem na cidade, estão pulverizadas e em meios digitais distintos, o que, por vezes, dificulta ao potencial doador encontrar uma ação de doação que esteja perto dele ou que esteja recebendo algum produto que ele possui disponível em sua casa. Com isso, doadores e entidades não se encontram”, conta o professor.

Ele finaliza dizendo que se sente orgulhoso da iniciativa desenvolvida pela equipe sem custo algum tanto para a Universidade como para a sociedade.

Veja de novo: Irmãs criam projeto para catadores lavarem as mãos

 

Redação por: Lohrrany Alvim

25/04/2020 – 08h59

> Voltar

© Copyright 2018 - Fundação Cristã Espírita Cultural Paulo de Tarso / Rádio Rio de Janeiro

Tsuru Agência Digital
Desenvolvido pela