Remédio aumenta a sobrevida de pacientes com câncer de mama
Por: Isabela Lauriano
19/08/2022 – 11h55
Quando se fala em câncer, a preocupação chega logo à cabeça. O medo de ter a doença atinge 27% dos brasileiros, ocupando o primeiro lugar na lista de situações temidas, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha em 2019. O principal motivo dessa doença ser tão assustadora é o significado de que, dependendo dos casos, pode ser “fatal”. Mas, com os avanços tecnológicos nos tratamentos, esse medo pode até ser deixado de lado.
O câncer de mama é um dos tipos mais comuns da doença no Brasil, sendo o mais frequente entre as mulheres. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que mais de 66 mil brasileiras foram diagnosticadas com a doença em 2021. Apesar do diagnóstico de qualquer tumor ainda ser muito assustador para o paciente, quanto mais cedo a doença for descoberta, maior a chance de sobrevida.
No Brasil, o tratamento pode ser feito gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou em hospitais e clínicas particulares para quem tem plano de saúde. Em 2019, a AstraZeneca lançou o medicamento Enhertu e confirmou essa semana, que o produto aumentou a sobrevida e diminuiu a progressão do câncer de mama de pacientes em quadro avançado da doença. O remédio também se mostrou mais eficaz do que a quimioterapia padrão.
O estudo contou com 600 pacientes. Os cientistas compararam os efeitos do remédio desenvolvido pelo laboratório japonês Daiichi Sankyo ao tratamento padrão realizado em pessoas com câncer de mama metastático HER2-positivo, que representa 20% dos casos da doença e é conhecido por sua maior agressividade.
O medicamento é uma solução injetável composta por um anticorpo monoclonal que ataca e mata diretamente as células cancerígenas. Nos Estados Unidos, o remédio foi aprovado em 2019 para o tratamento de tumores na mama. Outros estudos comprovaram que o Enhertu também é eficaz em casos de câncer de pulmão e estômago.
Os pesquisadores concluíram que o medicamento atingiu o objetivo principal e melhorou o estado clínico das pacientes, além de ter aumentado a sobrevida, ou seja, a doença deixou de progredir e as usuárias voltaram a ter qualidade de vida. Os resultados ainda serão apresentados em uma conferência científica.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano do triênio 2020-2022 a estimativa é de 66.280 novos casos de câncer de mama no país. O risco estimado é de 61,61 casos por 100 mil mulheres.
As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em: tratamento local: cirurgia e radioterapia (além de reconstrução mamária), tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica. As terapias biológicas (também conhecidas como imunoterapia) podem atacar diretamente as células tumorais ou estimular o sistema imunológico para atacar essas células.
O câncer de mama, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), já ultrapassou o de pulmão e se tornou a neoplasia mais comum no mundo. E para alertar sobre a prevenção, diversos países realizam a campanha Outubro Rosa. As pessoas diagnosticadas com a doença têm direito a benefícios previdenciários para que possam realizar o tratamento em segurança financeira, caso não possam trabalhar.
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