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Rádio Rio de Janeiro 50 anos: Programação de variedades e doutrina espírita no ar – 24 horas por dia

Por: Lohrrany Alvim e Adriano Dias
11/09/2021 – 12h25

Programas culturais e doutrinários oferecem conforto e esclarecimento.

Felicidade, alegria, cultura, boa música, conteúdo e informação. Quem acompanha a programação da Rádio Rio de Janeiro sabe que essas palavras não ficam limitadas à vinheta que surge ao longo do dia. São 24 horas de conteúdo diferenciado seguindo firme na missão iniciada por Paulo de Tarso há 50 anos.

A importância dos programas culturais 

(Foto: Vânnia Barboza – Controladora de Operações)

 

A Emissora da Fraternidade tem uma programação diversificada, com várias vozes para levar conhecimento e consolo utilizando a doutrina espírita como norte. Para quem está acordando, o “Música e Mensagem” busca sensibilizar o ouvinte e fazer com que inicie o dia envolvido por vibrações de paz e harmonia. O programa atualmente é comandado por Vânnia Barboza, que recebeu a missão de encorpar o programa, como ela diz, através dos retornos dos ouvintes.

Na Rádio Rio de Janeiro desde 1997, Vânnia tem a missão de apresentar diariamente também o programa “Mulher Brasileira” – isso sem contar a função de Controladora de Operações que ela exerce na emissora. Vânnia destaca que a Rádio se baseia muito na vida de Joanna de Ângelis e suas encarnações quando surgiu a ideia de dar voz às mulheres. Sobre o “Música e Mensagem”, ela resolveu ampliar o leque e utilizar os feedbacks dos ouvintes para moldar as edições do programa que inaugura a grade matinal da emissora da Fraternidade.

“Quando ingressei no programa “Música e Mensagem”, comecei a pensar que seria melhor pegar ideias que não necessariamente tenham somente conteúdos espíritas, mas trabalhar sobre determinados temas através do feedback que os ouvintes nos passavam. Uma das marcas era a fala “começamos mais um lindo dia”. Acabei usando-a por um tempo e os ouvintes diziam assim: “eu gosto quando você fala isso porque me dá vontade de viver, me anima”. Como você pode juntar um tema específico em um programa de uma hora que não fique chato e que tenha músicas que a pessoa possa pensar? Mas também com participação do ouvinte porque ele nos dá esse feedback. Você consegue essa interação e você vê como ele está ligado. A nossa responsabilidade é muito grande… o assunto, a maneira que ele é abordado. É sempre fazer com que a pessoa busque dentro dela aquela força. É a voz da Rádio Rio de Janeiro junto com a do comunicador”, destaca Vânnia Barboza.

Ainda segundo Vânnia, a missão é muito maior do que comunicar. Os locutores acabam se tornando um parceiro do ouvinte mesmo que não o conheça. A Controladora de Operações destaca a fala de uma ouvinte, que fez questão de dizer que, aqui na emissora, ela recebe um bom dia sincero com muito amor, mesmo que através do rádio. Vânnia afirma que a emissora é responsável por trazer o ouvinte para perto e também relembra um momento marcante na Rádio Rio de Janeiro.

“Uma ouvinte, enquanto eu estava no programa “Manhã na Rio”, mandou uma foto com o filho de oito meses dizendo que iria se matar. Ela disse estar ouvindo muitas vozes e que não sabia o que fazer. Na hora pedi para ela mandar mensagem para o meu celular pessoal. Ela começou a me contar a história e, imediatamente, acionei o Waldenir Cruz (atual vice-presidente da Rádio). Ele pediu para ela escutar o programa “Ouvindo Você”. Ficamos esta sexta-feira inteira conversando com ela. Ela foi orientada a ir até uma casa espírita no local onde morava, mas acabou não sendo atendida. Na hora, pedi para ela parar o carro e prestar atenção no programa. A ameaça estava sendo em relação ao filho dela. Ela só saiu dessa situação no domingo à noite. Na segunda-feira, ela falou: “que bom, as vozes acabaram”. Depois disso, ela iniciou um tratamento juntamente com os filhos. Ela está viva e mudou a vida dela”.

Faixa-nobre do espiritismo

Quando se trata dos programas doutrinários, não podemos deixar de citar o “Meditação e Evocação da Ave Maria”. Produzido pela Assistência Cristã-Espírita Paulo de Tarso e no ar ininterruptamente desde 1948, o programa segue com a missão de trazer harmonia no final do dia, através dos estudos doutrinários, preces e gravações do saudoso Geraldo de Aquino aliás, este programa foi o embrião da Assistência, fundada por ele, em janeiro de 1950.

(Foto: Eduardo Araújo – Diretor Cultural)

 

No meio do dia, o ouvinte fraterno tem a oportunidade de almoçar ampliando ainda mais o seu conhecimento sobre a doutrina espírita. Através de programas como “Debate na Rio”, “Analisando os Fatos”, “Respondendo aos Ouvintes” e “Ouvindo Você”, as pessoas podem não só acompanhar, mas como interagir com os âncoras e convidados. O retorno foi tão positivo que, desde o ano passado, esses programas ganharam mais uma hora de duração, ocupando a faixa das 13h.

Um desses âncoras é Eduardo Araújo. Além de estar na frente dos microfones da Emissora da Fraternidade às segundas no “Manhã na Rio” e às terças no “Analisando os Fatos” ele acumula também a função de Diretor de Programação da Rádio Rio de Janeiro. Ouvinte assíduo, nunca pensou que hoje estaria no comando de alguns dos programas que passou a consumir após conhecer a doutrina espírita. Na visão de Eduardo, a Rádio Rio de Janeiro ajuda principalmente aqueles que não podem se deslocar para uma casa espírita.

Confira a entrevista completa com Eduardo Araújo:

Rádio Rio de Janeiro – Qual foi o seu primeiro contato com a Rádio Rio de Janeiro?

Eduardo Araújo – “Meu primeiro contato [com a Rádio Rio de Janeiro] foi assim que conheci a doutrina espírita. Não me recordo quem me informou na Congregação Espírita Oswaldo Cruz, em Bonsucesso, que nós tínhamos uma rádio que divulgava o espiritismo. E aquilo me empolgou bastante porque, quando eu conheci a doutrina, eu devia ter por volta dos 17, 18 anos. Eu estou agora com 44 anos. Fiquei muito feliz e empolgado com tudo aquilo que estava descobrindo da doutrina, encontrando respostas para as perguntas que sempre tive em relação à vida, em relação a Deus. E eu corri para escutar a Rádio Rio de Janeiro. Peguei o meu radinho, coloquei na frequência 1400AM e comecei a ouvir os programas, como o “Luz na Penumbra”, os programas com o Gerson Monteiro, “Debate na Rio”, “Respondendo aos Ouvintes”. E com a programação sendo 24h, escutava bastante no período da noite, além dos domingos pela manhã. Foram momentos bem marcantes para mim. E eu nunca poderia imaginar naquela época que hoje estaria na Rádio Rio de Janeiro falando nos microfones”.

 

RRJ – Como você enxerga a dimensão dos programas doutrinários da Rádio?

EA – “Os programas doutrinários da Rádio foram fundamentais para mim e eu vejo que são fundamentais para nossos ouvintes até hoje. A Rádio possibilita estudar a doutrina espírita de uma forma sistematizada, de uma forma aprofundada. Nós temos, por exemplo, o programa “Luz da Penumbra” que estuda todas as obras de Allan Kardec, desde aquelas que consideramos básicas e fundamentais, até obras póstumas, o livro “O Que é o Espiritismo?” e a Revista Espírita. Muita gente não conhece, nunca leu, e o programa “Luz na Penumbra” possibilita o estudo da Revista Espírita que foi fundamental, mostrando os bastidores do desenvolvimento da doutrina, da obra doutrinária da Allan Kardec através dos espíritos superiores. E temos, claro, diversos outros programas doutrinários importantíssimos, como “Debate na Rio”, o programa “Respondendo aos Ouvintes”, onde as pessoas mandam suas perguntas. Eu lembro que ficava muito ansioso de mandar minhas perguntas, esclarecer minhas dúvidas. A Rádio Rio de Janeiro tem um papel fundamental na divulgação doutrinária, sobretudo para aqueles que têm alguma dificuldade de ir à casa espírita, mas com o seu radinho, a pessoa consegue trazer o centro espírita para dentro da sua casa”.

 

RRJ – Programas como “Debate na Rio” e  “Analisando os Fatos” tem uma grande participação dos ouvintes-seguidores. Como você acompanha o feedback dessas pessoas?

EA- “Programas como “Debate na Rio” e “Analisando os Fatos”, que estou à frente há algum tempo, são programas muito importantes dentro da programação. O “Debate na Rio”, bastante consagrado pelo Gerson Simões Monteiro durante anos e anos… o “Analisando os Fatos” que contava com nosso ex-presidente recém-desencarnado Jadiel João Baptista de Oliveira com o ícone Djalma Santos. São programas que sempre tiveram uma repercussão e uma audiência muito boa na Rádio. Tentamos dar o melhor dentro de uma proposta do “Debate na Rio”, de um programa doutrinário, coerente, com as obras de Allan Kardec, e no “Analisando os Fatos”, trazendo os temas da atualidade para serem analisados à luz da doutrina espírita. Nós temos percebido uma repercussão muito boa junto aos ouvintes e, agora, sobre os internautas que têm participado ativamente. Não só internautas do Rio, mas do Brasil todo e até do mundo. O retorno é que esses programas têm tido uma importância muito grande para eles, sobretudo agora nesse período de pandemia, quando optamos por fazer com que os programas que antes tinham apenas uma hora de duração, tivessem duas horas de duração. Com essas duas horas, os programas ampliaram o conteúdo doutrinário e ao mesmo tempo ofereceram atenção maior às participações, às perguntas, aos ouvintes e internautas que mandam relatos de situações difíceis que estão vivendo. A gente tem a oportunidade de levar a palavra de consolo, de conforto espiritual, e levar o conhecimento espírita doutrinário que liberta, que dá forma, que estimula a fé para que as pessoas possam seguir adiante. Graças a Deus o retorno do nosso público tem sido o melhor possível nesse sentido”.

 

RRJ – Ainda sobre os ouvintes, você tem alguma história marcante em relação aos programas?

EA – “Nesses anos em que estou à frente dos programas “Debate na Rio” e “Analisando os Fatos”, a gente tem interagido muito com os ouvintes. Hoje, a interação é uma marca fortíssima da Rádio Rio de Janeiro. Das muitas histórias que eu vivi, sem dúvida nenhuma, as mais marcantes são os inúmeros depoimentos de ouvintes e internautas que declaram que, se não fosse a Rádio Radio de Janeiro e sua programação, eles não teriam suportado suas dores. E não foram poucos aqueles que relataram que deixaram de cometer suicídio graças a Rádio Rio de Janeiro. Isso é extremamente gratificante para todos nós que trabalhamos na Rádio e mostra a importância dessa emissora que, no dia a dia, de uma forma muito humilde, trabalhando com muita dedicação, tem ajudado a erguer e salvar vidas. São histórias emocionantes, muitas delas vivenciadas ao vivo com o depoimento do ouvinte e do internauta durante o programa. E o mais bonito ainda é a corrente de solidariedade de todos os ouvintes quando lemos o relato sofrido, o pedido de socorro de qualquer pessoa. Na mesma hora, os nossos ouvintes e internautas fazem uma corrente de força, de oração, onde um vai confortando o outro. Realmente são histórias marcantes, muito emocionantes mesmo”.

RRJ – Na função de Diretor de Programação da emissora, é possível adiantar as próximas novidades na programação da Rádio Rio de Janeiro?

EA – “Com diretor, a gente tem um trabalho muito intenso, procurando sempre melhorar a programação com novos programas. E eu acho que vêm surpresas maravilhosas por aí nos formatos dos programas. Nós, brevemente, estaremos inaugurando o nosso Espaço Geraldo de Aquino, um novo estúdio onde nós vamos modernizar os nossos programas, a forma de apresentação, de interação. Teremos a oportunidade de ter ouvintes presentes no estúdio, já que é um espaço bem maior do que o atual. Será uma experiência maravilhosa. Pretendemos trazer o ouvinte ainda mais para perto da Rádio, dar voz ao nosso ouvinte. Enfim, muitas novidades maravilhosas virão por aí já em 2021, mas concretizando algumas ideias de mudanças em 2022. Podem esperar que a Rádio Rio de Janeiro vai continuar crescendo, buscando se profissionalizar cada vez mais e levar a doutrina espírita de uma forma moderna, sempre séria, correta, mas com mais leveza, alegria e levando esperança para as pessoas que estão em sofrimento”.

 

RRJ – O que a Rádio Rio de Janeiro significa na sua vida?

EA – “Definir o que a Rádio Rio de Janeiro significa na minha vida é até difícil de colocar em palavras. Desde que conheci a doutrina espírita escuto a Rádio Rio de Janeiro. Como jovem ouvinte, eu nunca poderia imaginar que um dia estaria dentro da Rádio Rio de Janeiro, trabalhando como comunicador, me tornando conselheiro e agora diretor. Deus coloca em nossas vidas situações inesperadas. E a Rádio Rio de Janeiro, hoje, é um grande presente. Eu tenho a vida muito atribulada, com muito trabalho, mas quando estou na Rádio é o meu momento de descanso. É como se fosse um oásis no meio do deserto. É a possibilidade que tenho de falar daquilo que acredito, que gosto, daquilo que está sendo útil para ajudar as pessoas, para salvar vidas. É muito difícil descrever a emoção cada vez que a gente inicia um programa, que a gente vai falar da doutrina porque nós sabemos da nossa responsabilidade na parte doutrinária, mas, sobretudo, da parte da consolação aos nossos irmãos que estão em sofrimento. A Rádio Rio de Janeiro realmente é uma benção na vida de muitas pessoas, milhares… e na minha também”.

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