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Proteína oferece nova esperança na luta contra o Alzheimer

Por: Álefe Panaro
15/01/2025 – 10h00

Cientistas apostam na restauração das sinapses para reverter perdas de memória (Foto Reprodução: Freepik)

 

Uma descoberta promissora pode transformar o tratamento do Alzheimer: a proteína KIBRA, presente no cérebro e nos rins, demonstrou potencial para reconstruir sinapses — as conexões entre neurônios responsáveis pela formação e recuperação da memória.

Segundo Grant Kauwe, cientista do Buck Institute nos Estados Unidos e coautor do estudo, a abordagem inova ao priorizar a reparação dos danos causados pela doença. “Em vez de focar na redução de proteínas tóxicas no cérebro, buscamos restaurar as sinapses e recuperar a memória”, explicou.

 

Nova abordagem terapêutica aposta na proteína KIBRA para restaurar memórias

Durante os estudos com a proteína KIBRA, pesquisadores fizeram uma descoberta surpreendente. “Identificamos um mecanismo capaz de reparar a função sináptica, e agora trabalhamos no desenvolvimento de uma terapia com base nessa pesquisa”, revelou Grant Kauwe, cientista do Buck Institute.

Os resultados mostram que níveis elevados de KIBRA no líquido cefalorraquidiano, combinados com baixos níveis no cérebro, estão associados a casos mais graves de demência. Segundo Kristeen Pareja-Navarro, coautora do estudo, os achados reforçam o potencial terapêutico da KIBRA: “Nosso trabalho sugere que essa proteína pode melhorar a memória mesmo após o início do declínio cognitivo, mesmo que a substância tóxica responsável pelo dano ainda esteja presente.”

 

KIBRA mostra eficácia na reconstrução de sinapses em estudo com camundongos

Para entender como a KIBRA influencia as sinapses, os pesquisadores desenvolveram uma versão funcional abreviada da proteína e a testaram em camundongos com uma condição semelhante ao Alzheimer humano.

O experimento revelou que a KIBRA foi capaz de resgatar mecanismos responsáveis pela resiliência sináptica. “Curiosamente, a proteína restaurou a função sináptica e a memória nos camundongos, mesmo sem eliminar o acúmulo tóxico da proteína tau”, destacou Kristeen.

 

Perspectivas para o uso da KIBRA no tratamento do Alzheimer

Com novas possibilidades abertas pela descoberta da proteína KIBRA, as perspectivas para futuros tratamentos são animadoras. Embora reduzir o acúmulo de proteínas tóxicas continue sendo essencial, os cientistas veem na KIBRA um recurso complementar valioso.

“Reduzir as proteínas tóxicas é obviamente importante, mas reparar as sinapses e melhorar sua função é um fator crítico que também pode contribuir para o tratamento”, concluiu Tracy, integrante da equipe de pesquisa.

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