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Projeto de ‘bengala inteligente’ para deficientes visuais está sendo desenvolvido na Baixada Fluminense

Por: Adriano Dias
25/09/2021 – 12h45

Iniciativa é uma parceira de um aluno com deficiência visual com estudantes de tecnologia da informação.(Foto reprodução Internet)

 

Podemos dizer que está cada vez mais fácil encontrar iniciativas que buscam ajudar no desafio de incluir pessoas com deficiência (PcD) nos mais diversos níveis sociais, principalmente na escola e no trabalho. Aqui no Brasil, mesmo com alguns avanços, ainda há um longo caminho para inserir essa parcela da sociedade sem qualquer discriminação. Isso porque muitos locais ainda mostram que é necessário avançar para atender aquilo que a nossa constituição estabelece. Muitas iniciativas estão surgindo para encurtar essa desigualdade. Esta que vamos contar ainda tem a sensibilidade do criador que sabe o que o seu público-alvo sofre todos os dias.

 

Acessibilidade + tecnologia

Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, um estudante com deficiência visual está trabalhando em um projeto que busca ajudar outros alunos de uma universidade do município a desenvolver uma bengala inteligente. Segundo o portal G1, o projeto apresenta sensores que ajudam a detectar obstáculos à distância. De acordo com idealizador, o objetivo é aumentar a acessibilidade e prevenir acidentes.

O estudante de biologia Daniel da Silva, de 26 anos, sofre de baixa visão desde os primeiros anos de vida. Esta condição pode ser considerada intermediária entre a cegueira e a possibilidade de enxergar completamente, dependendo do comprometimento visual.  Tal situação fez com que ele ingressasse o laboratório de tecnologia da informação da universidade. Junto com os estudantes de TI, o jovem está ajudando a aperfeiçoar uma bengala inteligente, para ajudar pessoas com deficiência visual.

 

Senha voadora

De acordo com o idealizador, o princípio de funcionamento é igual ao sonar dos morcegos. Na ponta da bengala está um sensor que emite sinais ultrassônicos, que são imperceptíveis para o ouvido humano. Esses sinais se transformam em vibração que ajuda quem está usando a bengala a desviar de obstáculos. A bengala consegue detectar um objeto a 40 cm de distância, ou seja, quanto mais perto, mais rapidamente o sinal reflete e volta para o sensor, a tempo de evitar que a pessoa acabe se chocando, por exemplo, contra uma árvore, poste ou os fradinhos na calçada. Na fase inicial do processo, este modelo de aviso era quase um ruído.

“Para ser 100% honesto, isso acabou sendo um pouco incômodo pra mim, além de caso eu andasse na rua poderia atrapalhar também. Então eu dei essa ideia pra eles, eles acataram, a gente testou e funcionou muito bem”, disse Daniel ao portal.

De acordo com a publicação, o projeto segue ainda em fase de desenvolvimento, podendo até mesmo ganhar uma nova versão daqui pra frente.

“A ideia no produto final, é ou usar ele ou usar ele associado com laser. Eu tenho testes pra fazer com o laser, que é pra dar um pouco mais de lateralidade, porque hoje eu tenho o frontal, mas não tenho tanta lateralidade. E a ideia é adicionar o laser ou até substituir pelo laser”, disse Diego Souza, aluno de Desenvolvimento de Sistemas, ao G1.

Com isso, podemos dizer que eles juntaram “a fome com a vontade de comer”, como diz um dito popular. Um projeto de iniciação científica para estudantes está bem perto de se transformar em solução e promover a acessibilidade a pessoas com deficiência visual. Que venham mais iniciativas como essa.

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