Projeto abre espaço para abrigar ex-moradores de rua na cidade do Rio
Por: Adriano Dias
18/12/2021 – 10h07
Chegamos ao período onde todas as famílias se juntam para celebrar as festividades natalinas. Infelizmente, no mesmo Brasil onde muitos possuem condições de se encontrar, temos muitos casos de pessoas que mal possuem um teto para, ao menos, se aconchegar durante a noite. Aqui no Rio de Janeiro, com o intuito de reverter esse triste quadro, foi criado um projeto onde espaços acabam se tornando um abrigo para quem não tem um chão para pisar. O “Hotel Acolhedor” tem a nobre missão de receber pessoas que são atendidas nas bases do Segurança Presente, pelo programa “RJ para Todos” e pela “Fundação Leão XIII”.
O projeto teve início no mês de junho, com o intuito de abrigar a pessoas sem teto durante o inverno. O secretário de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, Matheus Quintal, disse, na época, que “o programa vem para poder dar o suporte ao morador de rua”. Inaugurado em 30 de agosto, o programa já realizou mais de cinco mil acolhimentos em suas duas unidades, no Centro do Rio e no Catete, na Zona Sul carioca.
Pessoas como o ambulante Antônio Carlos Valério são atendidas pelo programa. Ele está abrigado no Hotel Acolhedor do Catete, que tem capacidade para 130 pessoas, de 18 a 59 anos. Essa acolhida significou uma transformação para Antônio que, entre idas e vindas, viveu três anos nas ruas.
“Estou “super bem”. Hoje, ando limpinho, tenho um canto e alimentação. Conheci uma pessoa que fornecia doces gourmet no Largo do Machado, ela confiou em mim. Primeiro foram três caixinhas, que eu vendia na mão, andando na rua. A cada venda, eu economizava e depois fui investindo. Comprei um cavalete, uma tábua, tudo arrumado e higienizado. Saio do hotel, monto a minha barraca às 7h e fico lá até dar o horário de retornar para dormir todos os dias. Não quero ficar aqui para sempre. O que eu mais quero é alugar um lugar pra mim e poder ajudar os meus filhos”, relata o ambulante.
Rotina do hotel
As unidades funcionam das 19h às 7h e oferecem duas refeições: jantar e café da manhã. Durante o pernoite, os hóspedes têm direito a um quarto coletivo, com banheiro. Também recebem um kit de higiene pessoal, com sabonete, xampu, desodorante, sabão em pó para lavar roupas e máscara cirúrgica contra a Covid-19, além de barbeador ou absorvente. De acordo com o governo estatual, entre os abrigados no hotel, 90% voltam para pernoitar, e 10% são de novas entradas. Dos acolhidos, 18% têm entre 18 e 29 anos, e 82 % de 30 a 59 anos.
No primeiro mês de funcionamento, o Hotel Acolhedor também se tornou para a população desassistida uma porta de entrada para outros atendimentos feitos pelo governo do estado. Ao todo, cerca de 12% dos atendidos pelo programa foram encaminhados para serviços como segunda via de documentação, Centros de Referência de Assistência Social, entre outros.
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