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Pesquisadores desenvolvem aplicativo para monitorar enchentes em cinco estados brasileiros

Por: Lohrrany Alvim
15/01/2022 – 08h52

Os pluviômetros artesanais são criados com garrafas pet.(Foto reprodução Internet)

 

Em boa parte do país, a estação mais quente do ano é acompanhada de chuvas fortes. Pensando nas tempestades de verão e também das outras estações do ano, pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com as universidades de Glasgow e Warwick, no Reino Unido, Heidelberg na Alemanha e do Centro de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) criaram um aplicativo para monitorar enchentes e prevenir desastres em cinco estados brasileiros.

Trata-se do “Dados à Prova D’Água”, aplicativo administrado por alunos da rede pública de São Paulo, Santa Catarina, Acre, Pernambuco e Mato Grosso que coletam informações por meio do monitoramento de pluviômetros artesanais. O app está disponível para smartphones com o sistema Android desde dezembro de 2021 e será lançado oficialmente em fevereiro deste ano.

“Nosso planejamento com o Cemaden é disseminar o aplicativo para uso em todo o Brasil, de forma a minimizar as perdas materiais e humanas das inundações que acontecem em toda estação chuvosa no país, como as que vimos nas últimas semanas na Bahia, Minas Gerais e São Paulo”, declara o pesquisador e líder internacional do projeto, João Porto de Albuquerque.

Ele ainda explica que a ferramenta vai possibilitar que as comunidades produzam dados não apenas sobre a medição de chuva em alta resolução como também sobre os impactos locais que diferentes quantidades de chuva causam. Esses dados serão utilizados pelo Cemaden para desenvolver melhores modelos de risco, alertando e antecipando inundações, ajudando as defesas civis e a população a se preparar com antecedência e a minimizar impactos.

“O Cemaden chamou alguns professores e alunos de escolas com quem já tinham parceria para o projeto. Também tivemos a participação das defesas civis das cidades. Ao todo, foram cerca de 20 pessoas”, afirma Maria Alexandra da Cunha, professora na Escola de Administração de Empresas da FGV e coordenadora da parte brasileira do projeto.

Ela ressalta ainda que qualquer pessoa pode montar um pluviômetro em casa e participar do monitoramento.

 

Como funciona

O pluviômetro usado no monitoramento dos estados brasileiros é construído com uma garrafa pet e uma régua simples. Ele é utilizado para medir a quantidade de chuvas que caem num determinado lugar e num período de tempo e funciona como pluviômetros convencionais, armazenando a chuva. A medição é feita por um observador.

A leitura diária das chuvas das últimas 24 horas deve ser realizada sempre no mesmo horário. Os dados serão anotados em uma planilha e disponibilizados para o Cemaden Educação ou uma instituição ligada ao Sistema de Proteção e Defesa Civil. A verificação diária da quantidade de chuvas medida por cada um desses pluviômetros é feita pelos estudantes que fazem parte do projeto, assim como a colocação das medidas no aplicativo, que vão para o banco de dados do projeto.

Além de enchentes, o app também recebe informações sobre áreas alagadas, intensidade de chuva e altura da água no leito do rio.

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