Pesquisadores brasileiros criam ventilador pulmonar de baixo custo para tratar pacientes com coronavírus
O produto ajuda na recuperação do sistema respiratório e do pulmão, órgão mais afetado pela COVID-19.
Uma estimativa do Ministério da Saúde aponta que nos próximos três meses a maioria da população brasileira será exposta ao novo coronavírus. A região Norte concentra as preocupações por conta do período chuvoso. Por isso, o governo do Amazonas já solicitou apoio do Ministério da Saúde para envio de respiradores. Nas demais regiões do Brasil, segundo o boletim, há uma situação intermediária, com casos detectados ao longo de todo o ano.
Projeto 15 vezes mais barato
O novo conoravírus tem mobilizado diversas instituições com o objetivo de ajudar no combate à doença. Pensando nisso, pesquisadores da Poli-USP criaram um ventilador pulmonar de baixo custo para enfrentar a pandemia que atinge o mundo inteiro. Uma equipe de engenharia multidisciplinar desenvolveu um modelo de rápida produção e com insumos de fácil acesso no Brasil.
O tempo total de fabricação do produto leva menos de duas horas e o custo estimado será de mil reais por ventilador. Esse valor é 15 vezes menor que o do modelo mais barato encontrado no mercado, de acordo com a própria Universidade de São Paulo.
O projeto foi batizado de INSPIRE. Trata-se de um ventilador pulmonar aberto, produzido totalmente com tecnologia brasileira. Ele foi coordenado pela direção da escola de engenharia e envolve pesquisadores de várias áreas.
“O motivo de se desenvolver este tipo de ventilador de pulmão emergencial parte de algumas premissas. Uma delas é que a cadeia de produção instalada deste tipo de equipamento talvez não consiga aumentar sua produção para a demanda da população brasileira nas próximas semanas. Seria necessário ter um equipamento que pudesse atender a população que ficaria desassistida neste caso”, afirma o professor Raul González Lima, um dos coordenadores do projeto.
Ele ainda explica que a intenção é suprir a necessidade deste tipo de equipamento no Brasil.
“Esses equipamentos dependem de muitos componentes importados, e nem todos estão em estoque na quantidade necessária. Os componentes podem não chegar a tempo para fazer essa produção”.
Chegada ao mercado
O desenvolvimento desse produto no Brasil, com equipamentos nacionais, facilita na produção e na chegada do mesmo ao mercado em menor tempo. O protótipo já está pronto, mas, segundo os coordenadores, continua em constante aprimoramento. A expectativa é que os respiradores estejam disponíveis nos hospitais ainda no mês de abril. Seria um alívio num momento em que está previsto o pico de casos da covid-19, principalmente no Estado de São Paulo.
A Poli-USP é responsável pelo projeto, mas não pela fabricação. Ela deverá ser feita por empresas com autorização da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
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Incentivo
Ainda sobre a USP, a instituição de ensino lançou um programa de doações destinado para o financiamento de pesquisas e ações da universidade no enfrentamento da pandemia da COVID-19. O projeto foi batizado de USP Vida e está voltado a pessoas físicas e jurídicas que tenham interesse em doar recursos para as pesquisas desenvolvidas pela instituição. Além disso, a doação também pode ser direcionada para um fundo único. Nesse caso, os recursos serão aplicados na pesquisa mais avançada no momento.
Se você se interessou e quer ajudar, as orientações sobre as doações podem ser obtidas no site www5.usp.br/uspvida/. Para outras informações ou dúvidas sobre o projeto é só enviar um e-mail para [email protected].
Redação por: Lohrrany Alvim
07/04/2020 – 15h05
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