Pesquisa aponta que fazer atos de bondade aumenta níveis de bem-estar e felicidade
Estudo foi organizado por professores de uma universidade de Hong Kong
Por: Adriano Dias
25/10/2020 – 10h12
Pessoas solidárias apresentam melhor saúde física e mental. (Foto reprodução Internet)
“Hoje vamos desejar o bem/ Sem olhar a quem /Acabar com a solidão/ No ato de estender a mão”. Este trecho cantado pelo trio Melim reforça com maestria a importância de se fazer o bem e o que ela pode nos render. Agora, é possível utilizar a ciência para comprovar esta linha de raciocínio. Pelo menos é o que diz a pesquisa compartilhada pela American Psychological Association. O relatório foi divulgado pelo site Só Notícia Boa.
Na visão do autor da pesquisa, o professor-assistente de pesquisa da Universidade de Hong Kong, Bryant PH Hui, “O comportamento pró-social – altruísmo, cooperação, confiança e compaixão – são todos ingredientes necessários para uma sociedade harmoniosa e funcional”. Ainda na visão do autor, “Faz parte da cultura compartilhada da humanidade e nossa análise mostra que também contribui para a saúde mental e física.”.
Antes deste recente relatório, outros estudos sugeriram que as pessoas que se envolvem em um comportamento mais pró-social são mais felizes. Ele também afirma que as pessoas solidárias apresentam melhor saúde física e mental do que aquelas que não passam tanto tempo ajudando aos outros.
Para chegar a essa conclusão, Hui e seus colegas fizeram algo uma estudo de 201 estudos independentes, compreendendo um total de 198.213 participantes e analisaram a ponte que liga o comportamento pró-social e o bem-estar. No geral, segundo a publicação, eles descobriram que havia uma ligação modesta entre os dois. Embora o tamanho do efeito tenha sido pequeno, ainda é significativo, de acordo com Hui, dada a quantidade de pessoas que praticam atos de bondade todos os dias. Hui utilizou, como exemplo, os Estados Unidos, onde mais de 1/4 dos cidadãos atuam como voluntários.
Gestos aleatórios
Junto à seus parceiros de pequisa, Hui conseguiu mostrar que atos aleatórios de gentileza, como ajudar um vizinho mais velho a carregar mantimentos, estavam mais fortemente associados ao bem-estar geral do que o comportamento pró-social formal, como voluntariado para uma caridade. De acordo com o relatório, isso acontece porque a ajuda informal é mais casual e espontânea e pode levar mais facilmente à formação de conexões sociais.
Os responsáveis conseguiram localizar uma ponte entre a gentileza e o bem-estar eudaimônico, ou seja, na autorrealização – percebendo o potencial de alguém e encontrando sentido na vida – do que entre gentileza e bem-estar hedônico, que se refere à felicidade e sentimentos positivos. Segundo Hui, estes efeitos podem variar de acordo com a idade.
De acordo com a pesquisa, os doadores mais jovens relataram níveis mais elevados de bem-estar geral, bem-estar eudaimônico e funcionamento psicológico, enquanto os doadores mais velhos relataram níveis mais elevados de saúde física.
A felicidade feminina
A pesquisa retrata também que as mulheres conseguem mostrar relações mais fortes entre a pró-socialidade e várias medidas de bem-estar em comparação com os homens. Segundo o estudo, “talvez porque se espera que as mulheres sejam mais atenciosas e generosas e, assim, derivem um sentimento mais forte de bons sentimentos por agir de acordo com essas normas sociais”.
> Voltar