Pela primeira vez coração humano é fabricado por cientistas
Por: Isabela Lauriano
21/07/2022 – 09h25
A procura por transplante no Brasil cresce a cada dia. Atualmente, existem mais de 50 mil pessoas em busca de um órgão ou tecido.
Encontrar o órgão ideal para transplante depende de uma espera longa e difícil que colocam em uma mesma fila centenas de pessoas. Pensando nisso, cientistas da Universidade de Harvard depois de muito estudo, conseguiram criar, do zero, um coração similar ao humano, que imita os batimentos cardíacos. É a primeira vez que isso acontece e representa um grande avanço nos transplantes e na produção de órgãos.
Os pesquisadores desenvolveram o coração usando células cardíacas, com fibras que direcionam o alinhamento celular e permitem que estruturas sejam controladas por engenharia de tecidos.
Segundo o professor do SEAS (School of Engineering and Applied Sciences), Kevin Parker, este trabalho é um grande passo para a biofabricação de órgãos e nos aproxima do objetivo final de construir um coração humano para transplante.
A procura por um transplante de coração, é enorme. As doenças cardíacas são uma das principais causas de morte no mundo. Isso porque, o coração, ao contrário de outros órgãos, não pode se reparar após uma lesão.
Segundo pesquisadores, o maior desafio ao recriar o coração humano foi a construção de estruturas únicas que formam esse órgão, como as geometrias helicoidais, responsáveis pelo movimento de torção à medida que o coração bate.
De acordo com um estudo de 1969, de Edward Sallin, ex-presidente do Departamento de Biomatemática da Escola de Medicina de Birmingham da Universidade do Alabama, esse movimento é responsável por bombear sangue em grandes volumes.
Os cientistas usaram um sistema muito mais rápido que a impressão 3D, o FRJS (Focused Rotary Jet Spinning), uma Fiação a Jato Rotativo que produz nanofibras, em tradução livre.
Para efeito de comparação, imprimir em 3D cada pedaço de colágeno no coração humano levaria mais de 100 anos. O FRJS cumpre a tarefa em um dia.
Os dados mais recentes da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos mostram que, nos seis primeiros meses de 2021, houve uma redução de 13% no número de doadores efetivos na comparação com o mesmo período do ano passado e de 18% em relação a 2019. Este ano, foram registrados 1.452 doadores.
De janeiro a junho de 2021, São Paulo foi o estado que mais teve doadores de órgãos – 476. Em seguida, aparecem o Paraná, com 190, e o Rio de Janeiro, com 135 doadores efetivos.
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