Pais criam projeto digital gratuito para levar leitura a crianças
Por: Lohrrany Alvim
22/05/2021 – 9h42
O “Historinhas pra Contar” tem como objetivo compartilhar histórias inéditas criadas para o público infantil. (Foto reprodução Internet)
Que as crianças estão cada vez mais inseridas no mundo digital, isso todo mundo sabe. Mas imagine unir tecnologia, leitura e interação entre pais e filhos. Foi com muita imaginação que este projeto tornou-se possível. Tudo começou quando a filha de seis anos do engenheiro Rodrigo Vaz pediu ao pai que contasse uma história diferente de todas contadas em livros que estavam na estante. Para isso, precisou inventar um novo “faz de conta” para a pequena dormir.
O ato deu asas à imaginação e, pouco tempo depois, nasceu o projeto que levaria magia e leitura a diversas crianças em lares espalhados pelo Brasil e o mundo. Em parceria com sua esposa, foi criado o “Historinhas pra Contar”. O perfil no Instagram, com objetivo de compartilhar histórias inéditas criadas para o público infantil, rapidamente alcançou o sucesso. Em apenas dois meses, o perfil já somava 10 mil seguidores.
“Tomamos um susto com a repercussão. O projeto começou de forma despretensiosa. Da inquietude encontramos um propósito de poder entregar mais para outras famílias”, conta Vaz.
Crescimento da plataforma
No início do projeto, o @historinhaspracontar contava com conteúdos apenas produzidos pelo casal de forma artesanal. Aos poucos, escritores e ilustradores foram se juntando à iniciativa e, assim, ganhando visibilidade e novas oportunidades. Foi assim que o casal resolveu estudar o mercado editorial brasileiro, com a intenção de formatar um modelo de negócio que fosse bom para todos, beneficiando não só os leitores que são presenteados com novas historinhas curtas semanais, mas também escritores e ilustradores.
“O mercado editorial é desequilibrado, não há incentivo ou facilidade para que as pessoas talentosas possam viver da sua arte, seja em texto ou ilustrações”, ressalta Vaz.
Com o crescimento do projeto, saindo das telas direto para o papel, os livros físicos ganharam espaço com publicações de diversos exemplares. Já são mais de 140 obras, entre físicas e digitais, já lançadas pela editora Historinhas pra Contar.
“Viabilizamos publicações com valores mais acessíveis. Queremos que nossa receita cresça pelo volume e não pela margem de lucro”, acrescenta Rodrigo Vaz.
Novas histórias
Acreditando no poder transformador da leitura, o projeto “Historinhas pra Contar” está sempre em busca de novos contos focados na inclusão. Através de um financiamento coletivo, mais de mil kits de livros infantis já foram distribuídos para crianças matriculadas na rede pública de ensino.
Ficou interessado? Você também pode ajudar realizando doações no site do projeto ou através de deduções no Imposto de Renda. Pessoas físicas que recebem restituições podem ajudar em até 6% do valor pago de imposto. Já as empresas que desejam abraçar a causa podem deduzir no máximo 4%, desde que sejam tributadas em lucro real.
Leitura na pandemia
A pandemia do novo coronavírus fez com que os brasileiros recorressem à leitura. É o que afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Marcos da Veiga Pereira. Mas, apesar de o brasileiro estar lendo mais em razão do isolamento social, a pesquisa “Retratos da leitura no Brasil”, divulgada em setembro do ano passado pelo Instituto Pró-Livro, com base no ano anterior, revela que pouco mais da metade dos brasileiros têm hábito de leitura (52%).
Por idade, a pesquisa mostrou que a única faixa etária que ampliou o total de leitores foi a de crianças entre 5 e 10 anos de idade, que passou de 67%, em 2015, para 71%, em 2019. Apesar da queda, a faixa etária que mais lê no Brasil é a dos pré-adolescentes de 11 a 13 anos de idade (81%, em 2019, contra 84%, em 2015).
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