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Ouro para o Brasil: jovem conquista medalha em Olimpíada Internacional de Física

Por: Lohrrany Alvim
14/08/2021 – 11h25

Caio Augusto Siqueira, de 17 anos, atingiu a maior nota em participações do Brasil no evento.(Foto reprodução Internet)

 

Com 21 medalhas (sete ouros, quatro pratas e oito bronzes), o Brasil terminou as Olimpíadas de Tóquio 2020 na 12ª colocação. Com isso, a delegação superou as 19 medalhas obtidas na Olimpíada do Rio-2016, até então o recorde em uma única edição.

Paralelamente, outra Olimpíada acontecia por aqui e acabou sendo ofuscada. O mais legal é que o Brasil também saiu vitorioso e carregando a sua melhor marca na competição. Estamos falando da Olimpíada Internacional de Física, uma das competições estudantis científicas mais importantes do mundo que colocou em disputa representantes de 76 países.

Caio Augusto Siqueira da Silva, de 17 anos, conquistou a medalha de ouro nesta edição. Além de ser o único brasileiro a ter a premiação máxima entre os 380 competidores, de países como China, Coreia do Sul, Rússia e Estados Unidos, o jovem de Ribeirão Preto (SP) também atingiu a maior nota em participações do Brasil no evento realizado há mais de 50 anos. Ele celebrou a conquista.

“Quando eu estudava física a coisa que eu mais queria fazer era me divertir estudando física. Acho que isso eu consegui durante a Olimpíada, independente da medalha que eu ia pegar, porque dei meu máximo, gostei do que estava fazendo ali. Eu me sinto feliz e realizado”, conta o medalhista.

Física em destaque

A Olimpíada Internacional de Física é realizada desde 1967. A cidade de Vilnius, na Lituânia, foi escolhida como organizadora da 51ª edição do evento, promovida entre 17 e 24 de julho de forma virtual em função da pandemia da Covid-19.

Cada país participante foi representado por até cinco estudantes. Eles foram submetidos a dois dias de provas monitoradas por câmeras: uma teórica, com questões de física quântica, ótica e eletromagnetismo, e outra experimental, em que os competidores trabalharam com circuitos elétricos com capacitores.

Jovem prodígio

Em 2019, Caio Augusto venceu a Olimpíada Brasileira de Física (OBF), da Sociedade Brasileira de Física (SBF), se qualificando para disputar, entre cerca de 200 estudantes, as cinco vagas para a competição internacional.

“Os melhores do Brasil fazem um novo torneio dentro do Brasil e Caio foi o melhor aluno do torneio classificatório e a maior nota de todos os classificados”, afirma Ronaldo Fogo, professor de física que prepara alunos como Caio para olimpíadas científicas há mais de 20 anos.

Com nota 37,10, para um score de 0 a 50, Caio Augusto não só superou a nota de corte para ser um dos ganhadores da medalha de ouro (de 33,32), como também atingiu a maior pontuação de um aluno brasileiro de ensino médio. Ele foi o terceiro do país a levar o ouro pra casa na história da competição.

As medalhas começaram a vir em 2015 e não pararam mais. Já são cerca de 15, entre ouro, prata e bronze em competições estaduais, nacionais e internacionais. Para a conquista da mais recente, foram dois anos de dedicação e horas de estudos mesmo durante as férias escolares.

“Teve época em que eu acordava, estudava e dormia. Tinha vezes que eu descansava umas seis horas. (…) Tinha dia que eu fazia isso. Dependia muito de como eu estava, às vezes eu só queria estudar”, completa.

Futuro

Terminando o ensino médio, Caio Augusto quer usar seu quadro de medalhas para chamar a atenção de universidades estrangeiras como Harvard, Princeton e principalmente o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde quer estudar ciência da computação. Independentemente do destino, o jovem acredita que tudo é possível quando se tem força de vontade.

“Quando comecei a estudar, tinha um sentimento de que não dava pra conseguir, eu via as pessoas no colégio estudando e batia um sentimento de que era muito impossível. E conseguir a medalha mostrou que é possível”, conclui Caio Augusto.

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