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Novo tratamento para diabetes elimina uso de insulina em 86% dos pacientes

Por: Álefe Panaro
09/11/2024 – 11h55

Com técnica inovadora, pesquisadores aumentam a sensibilidade do corpo à insulina e abrem caminho para uma nova abordagem no controle do diabetes tipo 2. (Foto Reprodução: Freepik)

 

Na Holanda, cientistas descobriram um tratamento revolucionário para diabetes tipo 2 que, após dois anos de aplicação, permitiu que mais de 86% dos pacientes não precisassem mais de insulina.

Os achados, apresentados na United European Gastroenterology Week, em Viena, revelaram uma técnica chamada Recelularização via Terapia de Eletroporação (ReCET).

“A pesquisa traz evidências muito promissoras, sugerindo que o ReCET, aliado à semaglutida, pode substituir com segurança a terapia de insulina”, afirmou a professora Celine Busch, líder do estudo e pesquisadora no Amsterdam University Medical Center.

A eletroporação, ao aplicar pulsos elétricos, facilita a inserção de DNA nas células, aumentando a sensibilidade do corpo à insulina. Após o procedimento, os participantes passaram a seguir uma dieta acompanhada de semaglutida, um medicamento que ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue.

 

Pesquisa em números

O estudo envolveu 14 pacientes com diabetes tipo 2, entre 28 e 75 anos de idade. Todos foram submetidos ao tratamento ReCET, seguido por uma dieta líquida isocalórica de duas semanas.

Esses pacientes foram monitorados em intervalos de 6, 12 e 24 meses. Ao final, 86% dos participantes conseguiram evitar a necessidade de insulina, mantendo seus níveis glicêmicos abaixo de 7,5%.

 

Sucesso com os pacientes

A dose máxima de semaglutida foi bem tolerada pelos pacientes, com 93% sem efeitos colaterais. No tratamento inicial com ReCET, também não houve efeitos adversos graves. Para a professora Celine Busch, o ReCET se destaca pela forma como atua no organismo.

“Esse tratamento modifica a doença, melhorando a sensibilidade do paciente à própria insulina (endógena), tratando a raiz da condição, ao contrário das terapias convencionais, que apenas controlam a doença,” explicou.

 

Próximos passos

Pensando no futuro, o grupo definiu metas ambiciosas, com foco em ampliar os testes para validar os resultados em uma amostra maior de pacientes.

“Ao contrário das terapias medicamentosas, que exigem uso diário, o ReCET elimina a necessidade de adesão contínua, abordando uma questão crítica no controle do diabetes tipo 2”, concluiu a pesquisadora Celine Busch.

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