Nova técnica pode aliviar dores da artrite em 85%
Por: Lohrrany Alvim
05/12/2020 – 10h45
Aqui vai uma ótima notícia para quem sofre de artrite moderada a grave nas articulações do quadril e do ombro. Pesquisadores da University School of Medicine em Atlanta, Geórgia, nos Estados Unidos, apresentaram no mês passado um procedimento ambulatorial que oferece alívio duradouro para quem sofre com dores e reduz a dependência de opiáceos.
O novo tratamento de radiologia intervencionista é conhecido como ablação por radiofrequência resfriada (c-RFA). O objetivo é alcançar o alívio da dor em casos de artrite degenerativa avançada.
De acordo com o Dr. Felix M. Gonzalez, do Departamento de Radiologia da Emory University School of Medicine em Atlanta, os resultados foram muito impressionantes e promissores.
“Os pacientes com dor no ombro tiveram uma diminuição da dor de 85% e um aumento da função de aproximadamente 74%. Em pacientes com dor no quadril, houve uma redução de 70% na dor e um ganho em função de aproximadamente 66%”.
Processo
O procedimento envolve a colocação de agulhas onde estão os principais nervos sensoriais ao redor das articulações do ombro e do quadril. Com essa técnica, os nervos são tratados com uma corrente de baixo grau conhecida como radiofrequência que os “atordoa”, retardando a transmissão da dor ao cérebro.
Para chegar aos resultados, foram submetidas a tratamento 23 pessoas com osteoartrite, incluindo 12 com dor no ombro e 11 com dor no quadril, que não responderam ao controle da dor anti-inflamatória e injeções intra-articulares de lidocaína-esteróide. O procedimento foi realizado duas a três semanas após os pacientes terem recebido diagnóstico de bloqueios nervosos anestésicos.
Os testes mostram que não houve complicações relacionadas ao método, e ambos os grupos de dor no quadril e no ombro relataram diminuição estatisticamente significativa no grau de dor com aumento correspondente na função dinâmica após o tratamento.
Técnica alternativa
O novo procedimento oferece uma alternativa para pacientes que precisam recorrer à cirurgia. Além disso, pode diminuir o risco de dependência de opiáceos.
“Este procedimento é o último recurso para pacientes que não conseguem ser fisicamente ativos e podem desenvolver um vício em narcóticos”, afirma Dr. Gonzalez.
Além do tratamento da dor artrítica, o procedimento também pode ter outras aplicações. Os usos potenciais incluem o tratamento da dor relacionada a doenças como câncer e síndrome da dor relacionada à anemia falciforme, por exemplo.
“Gostaríamos de explorar a eficácia do tratamento em pacientes em outros ambientes, como trauma, amputações e, especialmente, em pacientes com câncer com doença metastática”, conclui Gonzalez.
Brasil
Uma pesquisa do IBOPE Inteligência, a pedido da Pfizer Brasil, aponta que cerca de 30% dos brasileiros afirmam que menosprezariam sinais de artrite reumatoide e não buscariam ajuda médica. Para quem não sabe, inchaço, rigidez, aumento da temperatura e vermelhidão nas articulações podem ser sintomas de artrite reumatoide.
O levantamento, feito de forma online com 2 mil pessoas em São Paulo e nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Porto Alegre, mostra também que a doença é alvo de dúvidas entre os brasileiros: 66% dos entrevistados confundem ou acreditam que a artrite reumatoide e a artrose são a mesma enfermidade.
Apesar das duas afetarem as articulações, elas são diferentes em muitos sentidos. A artrite reumatoide é uma doença sistêmica e que leva à inflamação crônica da membrana sinovial, que reveste as articulações. Já a artrose (osteoartrite) é uma doença articular degenerativa, que destrói a cartilagem da articulação de maneira mais lenta. Para se prevenir e ter uma vida saudável e com qualidade, procure auxílio médico logo nos primeiros sintomas.
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