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Neurocientistas testam próteses controladas por pensamento


O desenvolvimento de membros protéticos não avançou nos últimos 40 anos | Imagem meramente ilustrativa

Apesar dos avanços na área da saúde, as próteses mecânicas atuais não fornecem um feedback sensorial aos usuários. E por serem difíceis de controlar, muitos dos amputados apresentam dificuldades para lidar com as tarifas diárias.

Para tentar mudar esse quadro, um consórcio de engenheiros, neurocientistas e clínicos reuniu-se no projeto DETOP, financiado pela União Europeia. O objetivo é fornecer aos pacientes uma prótese sofisticada que possa ser controlada diretamente pelos pensamentos.

A equipe acaba de apresentar não apenas o primeiro protótipo, mas também os resultados do primeiro teste em um paciente. A chave para o novo sistema é um inovador “Portal Homem-Máquina Osseointegrado” (OHMG: Osseointegrated Human-Machine Gateway), que liga fisicamente uma pessoa às suas próteses.

O dispositivo é montado diretamente nos ossos do usuário por um procedimento cirúrgico, fornecendo uma base estável para o membro prostético e permitindo a comunicação elétrica entre a prótese e os eletrodos, que também são implantados no corpo da pessoa.

Um paciente na Suécia teve o primeiro OHMG implantado em uma cirurgia que ocorreu em dezembro de 2018, o que permitiu as primeiras avaliações apresentadas agora.

Acoplador mecatrônico

O projeto também desenvolveu um acoplador mecatrônico que permitirá ao paciente mover sua mão protética para uma posição natural. Além disso, a equipe construiu uma nova mão protética mais leve, com um controlador incorporado e sensores táteis. O objetivo é fornecer ao usuário o feedback de sua nova mão, com sensações naturais de toque e movimento.

“Nos próximos meses, o paciente que recebeu o OHMG começará a usar uma prótese de treinamento antes de ser equipado com nossa nova mão artificial,” explicou o pesquisador Francesco Clemente. “Vamos então avaliar todo o sistema – incluindo os controles implantados de interface, eletrônica, pulso e mão – conforme o paciente realiza suas atividades diárias”.

A equipe planeja acompanhar essa primeira cirurgia, juntamente com mais implantes OHMG que serão feitos a seguir em pacientes com diferentes tipos de amputações de braço, para garantir que o sistema seja suficientemente flexível para atender a uma ampla gama de usuários em potencial.

Caso semelhante

Em fevereiro desse ano, pesquisadores da Universidade de Tecnologia Chalmers, na cidade de Gotemburgo, em parceria com a empresa de biotecnologia Integrum AB também conseguiram ligar uma prótese diretamente aos nervos de uma paciente. O procedimento permitiu que a que uma mulher, que tinha a mão amputada, fosse capaz de realizar movimentos finos de forma independente, sem o uso de eletrodos externos.

Redação por Fernando Ferreira
18/07/2019 – 10h40

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