Governos liderados por mulheres viram exemplo de combate ao coronavírus
A revista Forbes apontou que os lugares que estão lidando melhor com a crise do coronavírus são liderados por mulheres.
As organizações Think Olga e Think Eva produziram um relatório sobre os principais impactos da crise gerada pelo coronavírus na vida das mulheres. Segundo ele, a pandemia impacta as mulheres de forma diferente, e isso precisa ser levado em conta para enfrentar a crise. No Brasil, as mulheres, sobretudo as negras, estão entre os grupos mais vulneráveis aos efeitos desta crise. Para se ter ideia, de acordo com o relatório, elas estão mais sujeitas aos efeitos da redução da atividade econômica, já que representam boa parte dos trabalhadores informais.
Como se não bastasse, são a maioria no trabalho doméstico remunerado, que é majoritariamente informal. Por outro lado, de acordo com a Organização das Nações Unidas, as mulheres representam 70% das pessoas que estão trabalhando na linha de frente do combate à pandemia, como enfermeiras, parteiras e faxineiras.
Mulheres pelo mundo
E para ressaltar que elas estão engajadas (e muito) nesse momento de pandemia mundial, um levantamento feito pela revista Forbes mostra que os países com mulheres na liderança têm apresentando resultados melhores no combate ao novo coronavírus. Isso representa menos mortes e infectados pela doença.
A matéria cita alguns exemplos, como a Alemanha, Finlândia, Islândia, Noruega, Nova Zelândia e Taiwan. O país liderado por Angela Merkel está em primeiro lugar no ranking mundial de recuperados, com 85,4 mil pessoas curadas, de acordo com levantamento online da Universidade Johns Hopkins.
A matéria destaca que as mulheres “estão mostrando ao mundo como lidar com uma situação complicada, e esta pandemia está revelando que as mulheres têm o que é preciso para combater um problema”.
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Ainda falando da Alemanha, a chanceler Angela Merkel, disse a seus compatriotas que a pandemia atual é um problema sério que pode infectar até 70% da população. Ao falar da situação, ela pediu para a população levar a pandemia e suas consequências a sério. Merkel, por sua vez, levou. A população fez o mesmo. Esse comportamento reflete diretamente no cenário atual: os números do país estão muito abaixo de seus vizinhos europeus, o que significa que poderão começar a afrouxar as restrições em breve.
A matéria também destaca o Taiwan. A presidente Tsai Ing-wen liderou os primeiros e mais rápidos movimentos contra o coronavírus. Em janeiro, quando começaram a aparecer os primeiros sinais da nova doença, ela introduziu 124 medidas para bloquear a disseminação, sem ter de recorrer ao isolamento social. Agora, o país está enviando 10 milhões de máscaras para os EUA e para Europa. Tsai Ing-wen conseguiu o que a CNN chamou de “uma das melhores atuações do mundo”, mantendo a epidemia do novo coronavírus sob controle e relatando pouquíssimas mortes no país: seis, no total.
Indo agora para a Nova Zelândia, Jacinda Ardern decretou rapidamente o confinamento no nível máximo. A primeira-ministra impôs o auto-isolamento às pessoas que entraram na Nova Zelândia quando havia apenas seis casos no território. No início do mês de abril, eram pouco mais de 1.300 casos confirmados, com apenas 14 internações. Com uma população de 5 milhões de habitantes, a taxa de contágio é de apenas 0,02%. Mas enquanto outros países falam em suspender as restrições, Jacinda Ardern está aumentando, fazendo com que todos os neozelandeses que estão retornando ao país fiquem em quarentena por 14 dias.
A Islândia também se tornou um exemplo a ser seguido. Sob a liderança da primeira-ministra Katrín Jakobsdóttir, o país está oferecendo testes gratuitos a todos os seus cidadãos. A maioria dos países tem testes limitados para pessoas com sintomas ativos, mas na Islândia é diferente. Com pouco mais de 364 mil habitantes, quase 10% da população do pequeno país já foi testada, e a letalidade é de apenas 0,5%. Com isso, a Islândia é o país com maior número de testes em relação a sua população de todo o mundo. Além disso, o país instituiu um sistema de rastreamento completo. Isso significa que eles não tiveram de fechar escolas ou comércio por lá.
Na Finlândia, Sanna Marin se tornou a mais jovem chefe de estado do mundo quando foi eleita em dezembro do ano passado. Para quem não sabe, o país já se prepara há décadas para situações como esta que estamos vivendo. A Finlândia tem planos de contingência contra qualquer tipo de calamidade, como enchentes, incêndios, bomba nuclear e pandemias. E para auxiliar na luta contra o invisível, a primeira-ministra usou influenciadores digitais contra a crise do coronavírus. Pensando no público que não está inteirado à imprensa tradicional, ela convidou influenciadores de qualquer idade para divulgar informações baseadas em fatos sobre o gerenciamento da pandemia.
Em uma estratégica diferente da Finlândia, a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, teve a ideia de usar a televisão para conversar diretamente com crianças e jovens do país. Ela convocou uma coletiva de imprensa em que nenhum adulto era permitido. Nela, Erna Solberg respondeu às perguntas de crianças e jovens, ressaltando que não havia problema em sentir medo e, claro, a importância de seguir as novas medidas de combate ao novo coronavírus. Bem legal, né?!
A matéria da revista Forbes é finalizada com uma pergunta: Quantas outras inovações simples e humanas desencadeariam de mais lideranças femininas? Com isso, podemos concluir que as líderes mundo a fora conseguiram reunir verdade, competência e empatia na luta contra à covid-19.
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Redação por: Lohrrany Alvim
21/04/2020 – 11h52
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