Medicamento feito com couve-de-bruxelas impede o desenvolvimento do Alzheimer
A couve-de-bruxelas, uma espécie de mini-hortaliça, rica em vitamina A, é a base para um novo remédio anti-Alzheimer. A medicação foi desenvolvida por cientistas das Universidades de Aberdeen, na Escócia e Durham, no Reino Unido. Segundo eles, a droga tem potencial para interromper as células cerebrais que levam à doença. A notícia é mais uma das inovações do mundo da medicina para curar ou amenizar as enfermidades crônicas. Recentemente publicamos aqui blog da Rádio Rio de Janeiro, o caso de cientistas brasileiras que criaram um sorvete que amenizam os efeitos da quimioterapia.
O medicamento é composto de vitamina A “sobrecarregada”, que é encontrada em vegetais como brotos e cenouras. A droga também pode beneficiar os pacientes que possuem ALS – ou doença de Lou Gehrig – que afeta os músculos dos braços, pernas, boca e sistema respiratório.
A pesquisa foi realizada junto com a empresa de desenvolvimento químico High Force Research. Os resultados do estudo no laboratório serão publicados ainda este ano.
Como a vitamina A ajuda na luta contra o Alzheimer?
Quando decomposta pelo corpo, a vitamina A se transforma em uma substância química chamada ácido retinóico, que é crucial para o desenvolvimento do sistema nervoso. Níveis mais altos de ácido retinóico no corpo poderiam deter os danos aos nervos e aumentar o número de células nervosas, esperam os pesquisadores.
O projeto custou £ 250.000, pouco mais de R$1 bilhão.
Os cientistas demoraram dois anos para desenvolver sinteticamente a vitamina A e esperam que estejam a um passo do tratamento de Alzheimer, Parkinson e neurose motora.“Estamos avançando com uma nova terapia que poderia ser usada para ajudar pessoas com a doença de Alzheimer”, disse o professor Peter McCaffery, que pesquisa a vitamina A na Universidade de Aberdeen, na Escócia.
O trabalho ainda está em estágio inicial, mas ele acredita que este é um desenvolvimento positivo e que as novas drogas parecem proteger as células nervosas.“Agora queremos testá-las ainda mais e solicitar as patentes necessárias, mas estou satisfeito com a forma como as coisas progrediram desde 2016”, concluiu.
Adesivo para tratamento de Alzheimer já está disponível pelo SUS
Enquanto o medicamento anti-Alzheimer segue em fase de testes, uma nova forma de tratamento da doença está disponível no SUS. O remédio rivastigmina, já disponibilizado em comprimido e solução oral, agora também é disponibilizado em forma de adesivo transdérmico.
A rivastigmina faz com que ocorra um aumento de uma substância chamada acetilcolina, que está reduzida no cérebro de quem tem Alzheimer, mas a medicação pode causar efeitos colaterais como náuseas e diarreia, diminuição do apetite e dor de cabeça.
A adição do adesivo à lista de remédios do SUS representa uma melhoria na qualidade de vida de alguns pacientes. Por ser colocado na pele, a absorção do remédio se dá ao longo do dia e por isso tem menos efeitos colaterais, especialmente no sistema digestivo.
Segundo Rodrigo Schultz, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer, o adesivo também garante que não haja flutuação da dose. “Sendo [o uso do medicamento] por via transdérmica, há uma liberação contínua e regular ao longo das 24h, impedindo a ocorrência de flutuação de dose, ou seja, aumentos e reduções da medicação no organismo conforme ela segue sendo metabolizada”.
Redação por Lohrrany Alvim
11/02/2019 – 10h00
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