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Loja especializada em bonecas negras retoma atendimento presencial no Rio

Por: Lohrrany Alvim
17/09/2020 – 15h45
A artesã faz bonecas de pano focadas em representatividade de crianças negras. (Foto reprodução Internet)

 

Pensando na nossa proteção e do próximo, a pandemia do novo coronavírus provocou o fechamento de diversos estabelecimentos em todo o mundo. Passados quase sete meses desde o primeiro caso de Covid-19 no Brasil , a reabertura gradual do comércio foi liberada aqui no Rio de Janeiro e o quiosque “Era Uma Vez o Mundo” já retomou as atividades presenciais na estação Siqueira Campos do MetrôRio.

 

Representatividade

Para quem não conhece, o espaço é o primeiro dentro do sistema metroviário especializado na venda de bonecas de pano negras. Com brinquedos, roupinhas de bonecas, livros de panos e artigos educativos sobre a cultura negra, a loja é uma referência em produtos de representatividade racial da primeira infância até a vida adulta. O local funciona das 13h às 18h, respeitando protocolos sanitários e de distanciamento social.

 

Começo de um sonho

O nome da empresa, Era Uma Vez o Mundo, lembra as histórias infantis contadas de geração em geração. O “conto de fadas” começou quando a historiadora e artesã Jaciana Melquiades era pequena, época em que aprendeu a costurar com a avó. Em 2013, ela começou a dar aulas em escolas públicas contando a História do Brasil sob o ponto de vista das questões raciais.

“A ideia era promover o resgate da autoestima das crianças. Eu mostrava o que era o período da escravidão, mas também que nossa história é muito maior do que isso. Eu contava sobre a cultura africana e mais sobre o passado”, conta a artista.

Por desenhar com as crianças menores na sala de aula e abordar a questão do racismo com as maiores, surgiu a ideia de fazer os bonecos negros, se tornando depois seu negócio, um dos únicos do ramo no Brasil.

 

Coronavírus

Com as unidades fechadas parte do ano por conta da pandemia do novo coronavírus, Jaciana passou a investir mais no comércio digital, tanto no WhatsApp quanto no Instagram. Vendo o caixa praticamente vazio, a artista resolveu fazer um apelo nas redes sociais, falando sobre a história da marca e o que houve durante a pandemia. O texto deu tão certo que viralizou e a ajudou a recomeçar.

Com a reabertura do negócio, a sócia-fundadora reforça que o quiosque está preparado para receber os clientes e cumprindo todas as normas de higiene recomendadas pelas autoridades sanitárias.

“Conseguimos uma forma segura de produzir as bonecas, com trabalhos sendo realizados à distância, e uma logística para levar os insumos às casas das pessoas que estão na produção. Seguiremos em nosso quiosque com todo cuidado, atenção e cumprindo com as obrigações, para melhor atender os nossos clientes”, disse Jaciana.

A loja é um dos mais de 500 pontos comerciais que o MetrôRio oferece para quem quer empreender. O projeto “Era Uma Vez o Mundo” conta com apoio do Instituto Invepar, que tem atuado nos últimos anos em ações para valorizar e promover ainda mais a diversidade e a inclusão social.

 

Veja também: Projeto comunitário ajuda a população da Vila Kennedy a enfrentar a pandemia da Covid-19

 

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