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Laboratório trabalha no desenvolvimento de remédio que promete substituir a cirurgia bariátrica

Por: Adriano Dias
13/05/2022 – 10h25

Produto pode reduzir cerca de 22% do peso corporal em 72 semanas.(Foto reprodução Internet)

 

A batalha contra a obesidade está prestes a ganhar um novo aliado. Nos Estados Unidos, um grupo de pesquisadores está trabalhando no desenvolvimento de um medicamento que pode diminuir em 22,5% o peso corporal em até 72 semanas. Além disso, o resultado supera em larga escala outros produtos semelhantes para perda de peso e pode se equiparar a uma cirurgia bariátrica.  Os dados, embora preliminares, aparecem em um estudo clínico fase 3 desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly. Os resultados do novo estudo estão prestes a serem publicados em uma revista científica.

Com o nome de tirzepatide, o medicamento atua de forma semelhante na ação de um hormônio chamado “peptídeo inibidor gástrico”. Os primeiros estudos descobriram que esta nova molécula resulta em uma dupla ação nos receptores. A atuação do novo medicamento pode ajudar na diminuição na ingestão de alimentos e maior aumento no gasto de energia.

Estudo feito em quatro grupos

Hoje na fase 3, o estudo conta com 2.539 pessoas em nove países, com peso corporal médio de 105 quilos e o Índice de massa corporal (IMC) de 38. Os participantes foram aleatoriamente divididos em quatro grupos: tirzepatide 5 mg, 10 mg, 15 mg ou placebo. O tratamento envolveu uma injeção subcutânea semanal do medicamento – ou placebo.

Após o período estabelecido, os indivíduos que tomaram a dose mais baixa reduziram 16% o peso corporal, enquanto aqueles que tomaram a dose mais alta perderam 22,5% e ficaram com IMC pouco abaixo de 30. Isso significa que eles saíram da classificação de “obesidade”, definida por IMC igual ou superior a 30, para “sobrepeso”.

Através de um comunicado à imprensa, o diretor do programa abrangente de controle de peso do Weill Cornell Medical Center e investigador principal do estudo, Louis J. Aronn destacou que alguns participantes ficaram com um IMC considerado “normal”. Por outro lado, os participantes que tomaram o placebo perderam apenas 2,4% no peso corporal.

“Tirzepatide é o primeiro medicamento experimental a entregar mais de 20% de perda de peso em média em um estudo de fase 3, reforçando nossa confiança em seu potencial para ajudar pessoas que vivem com obesidade”, afirmou Jeff Emmick, vice-presidente de desenvolvimento de produtos da Eli Lilly.

Os idealizadores destacam que, além do medicamento, todos os participantes realizaram dieta e aderiram a um programa de exercícios. Mas, considerando que o grupo placebo também seguiu essas intervenções, a tirzepatida parece realmente promissora.

A obesidade no Brasil

Com a possibilidade da aprovação, a tirzepatide pode reverter um problema crônico no mundo todo, inclusive no Brasil. Por aqui, de acordo com um recente estudo divulgado pela Federação Mundial de Obesidade, a condição pode chegar a marca de 30% da população adulta em 2030. Ainda segundo o relatório, o nosso país aparece entre aqueles com os maiores índices de obesidade no mundo e, além disso, estamos entre os 11 onde vivem a metade das mulheres com obesidade e entre os nove que abrigam metade dos homens com o mesmo índice.

De acordo com o mesmo levantamento, um bilhão de pessoas em todo o mundo vão viver com obesidade em 2030. A federação alerta que os países não apenas não vão alcançar a meta da OMS para 2025 de interromper o aumento da obesidade nos níveis de 2010, mas que “o número de pessoas com obesidade está prestes a dobrar em todo o mundo”. Problema este que pode ganhar um desfecho diferente com a aprovação e ampliação deste novo medicamento mundo afora.

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