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Injeção que previne vírus HIV será produzida pela Fiocruz

Por: Tainara Ricardo
02/04/2022 – 10h15

A instituição mais importante de ciência e tecnologia em saúde do país e da América Latina fará a produção de uma injeção contra o vírus HIV.(Foto reprodução Internet)

 

Grande parte da população desconhece a informação, mas o Brasil é referência mundial no controle da epidemia do vírus da imunodeficiência humana, segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids). Pesquisadores da instituição estão animados em anunciar que a Fiocruz vai produzir uma injeção capaz de prevenir a disseminação do vírus HIV.

A intenção do trabalho é de focar nas pessoas que mais necessitam da injeção no momento, com idades entre 18 e 30 anos. Depois de longos estudos e testes, o instituto conseguiu mostrar eficácia da “profilaxia pré-exposição (PrEp) injetável”, uma versão do antirretroviral Cabotegravir de longa ação, que se mostrou mais eficaz em relação aos comprimidos diários que os pacientes precisam tomar. Segundo informações da instituição, para que tenha o efeito desejado, serão necessárias apenas 6 injeções por ano.

O Brasil tem registrado queda no número de casos de infecção por Aids nos últimos anos. Desde 2012, observa-se uma diminuição na taxa de detecção da doença no país, que passou de 21,9/100 mil habitantes em 2012 para 17,8/100 mil habitantes em 2019, representando um decréscimo de 18,7%. A taxa de mortalidade por Aids apresentou queda de 17,1% nos últimos cinco anos. Em 2015, foram registrados 12.667 óbitos pela doença e em 2019 foram 10.565. Ações como a testagem para a doença e o início imediato do tratamento, em caso de diagnóstico positivo, são fundamentais para a redução do número de casos e óbitos.

Os homens são os principais afetados pela infecção do HIV no Brasil, com tendência de crescimento nos últimos anos. Os homens heterossexuais ficaram no topo na categoria de “população geral”, não recebendo destaque em políticas ou ações de prevenção. A busca pela testagem de forma espontânea só acontece mediante a identificação de situações e sinais associados a uma possível contaminação. Os homens possuem poucas oportunidades de diagnóstico do HIV.

Em relação ao método de prevenção, a profilaxia, produzida em parceria com a agência global de saúde Unitaid, bloqueia caminhos onde o vírus pode infectar o organismo. Hoje, no Brasil, a profilaxia é feita pelo consumo de comprimidos (tenofovir e entricitabina) todos os dias. Com a injeção, os pacientes terão até oito semanas de proteção e reduzirão o risco de infecção em até 99%. Ela foi pensada justamente para pacientes que não conseguem manter a rotina da medicação. Nesse primeiro momento, Unitaid irá investir 10 milhões de dólares (R$ 50 milhões) no projeto, visando disponibilizar o método nacionalmente. Além do Brasil, a agência distribui a profilaxia na África do Sul.

O projeto foi anunciado durante o seminário “Brasil e Unitaid – parcerias atuais e perspectivas futuras”, realizado neste mês de Março. Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), o Brasil é referência mundial no controle da HIV. O país participou da criação da agência e a nova proposta do projeto.

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