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Hospital usa o método “Comfort Food” para ajudar no bem estar dos pacientes

O método também a ajuda a aliviar os sintomas do tratamento e a combater a saudade de casa

Alimentos que se transformam em saúde
Comida é sempre a solução, não é mesmo? | Foto meramente ilustrativa

 

Você consegue reconhecer, através do olfato, aquela comida que só sua mãe sabia fazer? Ou daquele prato que era especialidade do seu pai? Esses tipos de refeições que despertam lembranças são conhecidos como “comfort food”. O termo surgiu nos Estados Unidos em 1966, e atualmente vem se tornando uma tendência adotada entre alguns restaurantes. Em Caxias do Sul, esse conceito foi levado a um outro nível, e tem mudado a vida de 45 pacientes internados nos setores de longa permanência do Hospital da Unimed.

A relação entre comida e o estado emocional virou um grande aliado do Serviço de Nutrição da Instituição. As médicas trabalham com o conceito “comfort food”, com pacientes específicos de cada profissional. Através do método, elas notaram que podiam intensificar as atividades e criaram esquemas alimentares variados, permitindo que os pacientes se alimentem para se sentir mais próximos de casa.

O prazer que o cheiro da comida desperta consegue transportar os pacientes a momentos marcantes. A alteração no humor que o método gera possibilita aliviar os efeitos de sentimentos ruins, estimula o aumento do apetite e promove o relaxamento, mesmo quando estão passando por dias difíceis no combate as doenças, que exigem que fiquem internados longe da família.

A Coordenadora do Serviço de Nutrição, Vanessa Dias, acredita que o paciente pode comer o que gosta, mesmo quando está mais debilitado.

“Toda nossa vida gira em torno de comida. As datas comemorativas, nossas lembranças e melhores momentos estão relacionados à alimentação e muitas vezes para uma pessoa que está acamada, às vezes com poucas visitas, tudo restrito, comer se torna o evento do dia”.

Sensação de bem-estar estimula pacientes

Rafael Castilhos Medeiros, de 6 anos, não esconde o sorriso ao ver o milk-shake nas mãos da auxiliar de nutrição. Esse é o momento de maior alegria para o menino. “Eu adoro milk-shake!”, comemora o jovem rapaz durante o lanche da tarde.

A mãe de Rafael, Gilomara Castilhos, de 26 anos, sempre  acompanha a alegria do filho. Ela conta que ele está internado desde o dia 14 de abril para tratar complicações de uma infecção no ouvido.

“Ele fica chateado e entediado de ficar o dia todo aqui no quarto e poder tomar um milk-shake de morango, que ele adora, faz com que o meu pequeno fique feliz. Poder comer o que gosta acalma ele.”

O aposentado Rui Lorandi, de 73 anos, está internado há 80 dias. Toda vez que ele fala sobre seu processo de recuperação, se emociona.

“Fico emocionado com todo o cuidado que recebi aqui, todos os dias um bolinho, um pão de queijo, suco feito na hora e o carinho da equipe fez com que me sentisse mais perto de casa. A comida é um espetáculo. E estou indo embora saudável e mais gordinho.”

A esposa dele, Neura Rech, de 63 anos, ressalta que poder comer os alimentos e pratos preferidos ajudou na recuperação.

“Ele perdeu o apetite durante um tempo e a equipe conversava com ele sobre o que mais gostava de comer e fizeram pratos especiais para o meu marido, como salmão, que ele adora. Essa preocupação e cuidado com os alimentos é um diferencial e tem três opções de pratos preferidos para escolher no almoço. Nunca vi isso em outro hospital.”

Para a nutricionista Andréia Falcão Cunha, a sensação de bem-estar estimula o paciente a consumir algum alimento que traga o chamado “conforto psicológico”, por isso ele se alimenta melhor.

“Ter uma alimentação parecida com a que eles têm em casa muda muito o quadro dos pacientes e ajuda no tratamento. A comida faz isso. Afinal, ela tem uma carga emocional de casa, de família e de bem-estar e eles nos falam: “é igual a que eu faço”, “essa sopa é como a da minha mãe”. Dessa forma, aceitam melhor a alimentação e se fortalecem dia a dia”.

Redação por Fernando Ferreira

17/05/2019 – 18h02

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