Hospital usa Inteligência Artificial para barrar Covid-19 em Minas Gerais
Por: Adriano Dias
26/11/2020 – 10h35
Já estamos chegando na reta final de 2020 e, com a pandemia da Covid-19 ainda pairando sobre nossas cabeças, já é possível notar quais locais mais propícios de contrair a doença – não é a toa que os especialistas recomendam o distanciamento social para evitar a propagação do vírus. Mesmo que ainda não haja um estudo comprovando isso, há uma percepção de que as unidades hospitalares podem ser classificadas como locais de fácil acesso à doença.
Para evitar esse problemas, diversos hospitais mundo afora estão se aliando a tecnologia para, na medida do possível, ter um certo controle sobre o vírus em suas dependências. Um dos bons exemplos vem cidade de Itajubá, no sul de Minas. Por lá, a Santa Casa de Misericórdia de Itajubá trabalha com um serviço de Inteligência Artificial, que ajuda a reduzir a contaminação por coronavírus em suas instalações, criando uma rede de proteção para colaboradores, pacientes e visitantes.
Sobre o aplicativo
Equipado com um módulo de gestão de risco contra a Covid-19, o aplicativo KeyApp, desenvolvido pela startup carioca CyberLabs, atua no cálculo da probabilidade de uma pessoa estar ou não contaminada, permitindo que a Santa Casa tome medidas preventivas. Até o momento, 18 médicos e enfermeiros já foram temporariamente afastados com o alerta da tecnologia.
Instalado em um totem na recepção do hospital, o KeyApp funciona como uma ferramenta de controle de acesso, capaz de monitorar a entrada, saída e circulação de pessoas. Na Santa Casa, o ingresso é feito por reconhecimento facial, sem nenhum contato físico. A ferramenta monitora todos os cerca de 250 funcionários, incluindo médicos, enfermeiros, recepcionistas, funcionários da lanchonete e do estacionamento, gerando um ciclo de segurança em torno do local. Para utilizá-lo, o usuário baixa um aplicativo gratuito na AppStore ou Google Play e preenche seus dados.
Uma barreira de perguntas
As perguntas do formulário buscam identificar se o usuário apresentou sintomas de contaminação nas últimas horas, se manteve contato com suspeitos ou se esteve no mesmo ambiente com alguém que tenha sido contaminado. Após o preenchimento, o colaborador recebe, através de um SMS, uma avaliação de seu risco de contágio em tempo real.
Segundo a supervisora da Qualidade da Santa Casa, Tamara Divino, “se o score for baixo, ele poderá trabalhar normalmente. Se o número for alto e representar risco, o colaborador é orientado a ir para casa e ficar em isolamento”. Ainda segundo Tamara, a administração da Santa Casa acompanha todas as informações enviadas pelos funcionários em um dashboard disponibilizado pela CyberLabs. Pela ferramenta, a equipe tem acesso às respostas dos funcionários e ao score de cada um.
Além do formulário, o totem de reconhecimento facial também pode aferir a temperatura dos funcionários e visitantes. Caso o resultado fique acima de 37,5ºC, o usuário também tem a entrada restrita no hospital.
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