Hospitais estaduais do Rio de Janeiro batem recorde em captação de órgãos em 2021
Por: Adriano Dias
08/01/2022 – 10h05
É ótimo começar o ano com boas notícias. Dessa vez, esta boa nova vem daqui do nosso próprio quintal. Os hospitais Alberto Torres, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio; Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense; e Roberto Chabo, em Araruama, Região dos Lagos, juntos, atingiram um recorde de captação de órgãos, tecidos e ossos. Todos foram enviados para a Central Estadual de Transplantes, no período de janeiro e novembro do ano passado. Os hospitais estaduais registraram mais de 373 órgãos captados, entre eles 15 corações, que beneficiaram mais de 600 pessoas.
Os três hospitais são de responsabilidade conjunta do Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde com a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. Os locais estão entre os primeiros do Estado em captação de órgãos. Unidades de urgência e emergência, os hospitais são especializados no socorro a pacientes com múltiplos traumas. Os dados foram divulgados pelo Governo Estadual no início do ano.
Dignos de comemoração
Segundo colocado no ranking nacional de captação de órgãos em 2020, o Hospital de Saracuruna registrou 100 protocolos de morte encefálica em 2021. Com a intervenção da equipe da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante, foram efetuadas 45 captações de órgãos efetivos.
O coordenador da comissão do Hospital Adão Pereira Nunes, enfermeiro Gilberto Malvar, enfatiza o resultado positivo.
“Dentre essas captações, obtivemos 10 corações, um pulmão, três pâncreas, 37 fígados, 70 rins, 77 córneas, uma captação de ossos e uma de pele. Isso tem como resultado o salvamento de aproximadamente 125 vidas através do transplante de órgãos sólidos e a melhoria na qualidade de vida de cerca de 300 pessoas através do transplante de tecidos”, disse Malvar.
O hospital localizado na Região do Lagos também salvou vidas ao longo de 2021. De acordo com o relatório, foram mais de 24 órgãos captados, além de tecidos e ossos, que atenderam a mais de 150 pessoas. Segundo a enfermeira Michele Guedes, um dos últimos processos de captação ocorreu em meados de novembro, depois que a família de um jovem de 20 anos, vítima de acidente de moto, ter autorizado a doação.
Em São Gonçalo, o Alberto Torres conseguiu beneficiar cerca de 200 pacientes que aguardavam na fila do transplante, graças à captação de 51 órgãos.
O processo de capitação
Ainda de acordo com o governo fluminense, nos dias de captação, uma força-tarefa é montada em cada hospital. No momento em que é identificado um potencial doador, a equipe médica visualiza a doação de órgãos cuja captação e transporte tem que ser feito em até quatro horas, como o coração, a equipe da comissão aciona a Central Estadual de Transplantes. A central envia então helicóptero e até batedores da Polícia Militar, para que o paciente que está do outro lado possa receber o transplante no tempo certo. Com este resultado positivo adquirido no último ano, a expectativa é que esse número possa crescer nos próximos relatórios.
Veja também: Menor marca-passo do mundo é implantado por médicos brasileiros
> Voltar