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Estudo britânico mostra que consumo diário de banana verde pode reduzir o risco de câncer no aparelho digestivo

Adriano Dias 
30/09/2022  – 11:22h

Pesquisa realizada pelas Universidades de Newcastle e de Leeds mostra que o alimento tem efeito protetor da síndrome de Lynch

 

Uma vez, o lendário Braguinha escreveu sabiamente que a banana é” uma vitamina, que engorda e faz crescer”. Pois bem, parece que, depois de um tempo, surgiu uma pesquisa que mostra que este nutriente pode ganhar mais uma nobre finalidade. Um grupo que atua nas universidades britânicas de Newcastle e de Leeds divulgou um estudo que relaciona o consumo de banana verde no ato de prevenção de câncer em pessoas que já apresentem predisposição à doença.

Pesquisa através do amido
Segundo o estudo divulgado primeiramente pelo jornal “The Sun”, os cientistas ingleses acompanharam mil pessoas com síndrome de Lynch, uma condição que eleva o risco de alguns tipos de câncer – como do intestino, ovário, estômago, útero e pâncreas, por quatro anos. A matéria aponta que eles descobriram que uma dose diária regular de suplemento de amido resistente ao longo de dois anos reduziu alguns tipos de câncer em até dois terços, isso é, quase 60% de eficácia. O estudo se encontra na revista científica da Associação Americana para a Pesquisa sobre Câncer. Segundo o estudo publicado, 460 participantes foram orientados a consumir uma dose diária de 30 gramas de amido resistente, que é o principal composto presente na biomassa de banana verde, ao longo da pesquisa. Um outro grupo recebeu doses de placebo.

Para o jornal britânico, o professor John Mathers, da Universidade de Newcastle, destacou a alta eficácia do nutriente. “Concluímos que o amido resistente reduz a incidência de cânceres em mais de 60%. O efeito mais notável foi na parte superior do intestino”, destaca o professor.

Ainda de acordo com a pesquisa, o amido resistente, que é localizado ainda na aveia e no feijão, não é digerido no intestino delgado. Em vez disso, ele fermenta no intestino grosso, o que produz boas bactérias. Os pesquisadores descobriram que o suplemento teve um impacto duradouro uma década inteira depois que um paciente parou de tomá-lo.

Os pesquisadores estão planejando um acompanhamento de dez anos, juntamente com mais pesquisas sobre o papel que a aspirina pode desempenhar na redução do câncer no intestino grosso também. Pesquisas anteriores publicadas como parte do mesmo estudo revelaram que a aspirina reduziu o câncer do intestino grosso em 50%.

Mês da banana
A pesquisa feita pelas duas universidades britânicas surge justamente no mês em que é celebrado o Dia Internacional da Banana (22/09) e, de acordo com o último relatório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, o Brasil está entre os quatro maiores produtores de banana no mundo. Segundo o instituto, seu cultivo gera mais de R$ 13 bilhões ao país. A maior parte da colheita fica em território nacional, com muito pouco sendo exportado.

A paixão pela fruta leva o brasileiro às mais diferentes receitas, algumas inspiradas em pratos típicos de outros países e outros bem brazucas.

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