Estudantes do Mato Grosso criam ferramenta de IA para monitorar a tuberculose
Por: Álefe Panaro
29/01/2025 – 15h00

Estudantes da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) criaram o “TB-MT Dashboard”, uma ferramenta baseada em inteligência artificial para rastrear e prever casos de tuberculose. No Mato Grosso, onde já foram contabilizados 1.980 casos até o início de dezembro, o sistema auxilia gestores a tomarem decisões mais ágeis e assertivas. Apesar dos desafios financeiros, o projeto tem potencial para transformar o enfrentamento da doença no Brasil.
Como funciona o TB-MT Dashboard
O “TB-MT Dashboard” foi desenvolvido a partir de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), do SUS. Combinando estatística espacial e aprendizado de máquina, a ferramenta identifica áreas de maior risco, prevê interrupções de tratamento e estima óbitos causados pela doença. Tudo isso é apresentado em um painel interativo, que facilita a análise de dados por gestores e profissionais de saúde.
Os desafios no combate à tuberculose
Josilene Dália Alves, coordenadora do projeto, destaca que o TB-MT Dashboard foi desenvolvido para auxiliar na tomada de decisões estratégicas contra a tuberculose. Segundo ela, “minha experiência como profissional de saúde e as pesquisas realizadas no EpiGeo-Araguaia revelaram o impacto profundo dessa doença na vida das pessoas”.
Apesar de avanços no controle, Josilene aponta que obstáculos como o diagnóstico tardio, o abandono do tratamento e as mortes relacionadas à tuberculose ainda precisam ser superados com urgência. As declarações foram feitas em entrevista ao G1.
Desafios financeiros
Embora apresente ótimos resultados, o projeto enfrenta importantes desafios. Segundo a professora, “a verba que conseguimos foi suficiente para construir a ferramenta: começamos do zero, formamos equipe, pagamos bolsistas e adquirimos os computadores. Hoje, nosso laboratório se esforça para manter as tecnologias em funcionamento, mas faltam financiamento e recursos”.
Outro obstáculo significativo é a incompletude das fichas de notificação, o que dificulta a análise precisa dos dados. Apesar disso, o “TB-MT” continua impactando positivamente o combate à tuberculose, com planos futuros de expandir a ferramenta para abranger dados de todo o Brasil.
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