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Estudantes criam jogos que ajudam idosos a prevenir doenças mentais

Os games foram batizados de MemoGing e Jogo do Stroop

Idosos podem agora ser beneficiados por inovações criadas por jovens estudantes da Uff
Os jogos Memojing e jogo do Stroop prometem auxiliar doenças mentais | Foto meramente ilustrativa

 

Mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com demência, e a cada ano são registrados quase dez milhões de novos casos. A estimativa da Organização Mundial de Saúde é de que 152 milhões de pessoas serão afetadas até 2050.

As principais formas de prevenir, não apenas o Alzheimer, mas outras doenças crônicas estão ligadas à leitura, exercícios de aritmética, jogos inteligentes, atividades em grupo e hábitos saudáveis, como não fumar, não consumir bebida alcoólica, ter alimentação saudável e regrada e praticar atividades físicas regulares.

Pensando nisso, estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF) desenvolveram um projeto que está ajudando a equipe médica da instituição a identificar doenças mentais em idosos, permitindo que esses pacientes exercitem a mente para prevenir ou lidar com a condição.

A ideia faz parte de um projeto mais amplo que envolve sistemas para auxiliar médicos a detectar doenças que, normalmente, ocorrem mais em idosos, como a demência e o Mal de Alzheimer, o chamado comprometimento cognitivo leve.

Os estudantes desenvolveram dois jogos cognitivos. O MemoGing é um jogo de memória. Nele, o paciente compara figuras geométricas com outras que aparecem na tela do computador.

Já o Jogo do Stroop contribui para as pessoas exercitarem o cérebro, na medida em que apresenta palavras com os nomes das cores escritos em cores variadas, para que a pessoa diga qual é a cor que está vendo, e não o significado da palavra.

“Os resultados dos testes bateram, mais ou menos, com o que a gente encontra na literatura [médica]. Ou seja, os que têm mais idade demoram mais tempo para responder e têm mais dificuldade em acertar problemas relacionados à memória recente,” contou a professora Débora Christina Muchaluat.

A equipe pretende usar os jogos como um auxílio ao tratamento, com exercícios frequentes que as pessoas possam jogar para exercitar a memória e evitar uma perda maior de lembranças ao longo do tempo.

Eles foram testados no ano passado em pacientes da médica geriatra Yolanda Boechat, no Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP/UFF).

Estimulação sensorial

Além dos jogos cognitivos, tipicamente com interação visual, a equipe pretende trabalhar também com outros efeitos sensoriais, que podem ser de luz, calor, frio, vento ou água, para estimular outras percepções nos idosos.

Esse aquecimento, que os pesquisadores chamam de multimodal, pode estimular não só o sentido de audição e visão, mas também de tato e olfato.

“A gente pode usar o efeito de aroma para ajudar a fixar essas imagens que foram apresentadas e que vão ser perguntadas logo em seguida se foram mostradas ou não,” disse Débora.

Ela ainda completou dizendo que a equipe já tem o equipamento exalador de aromas, planejando ter até o final deste ano um novo jogo cognitivo em testes.

A professora explicou também que, por meio da realidade virtual, um psicólogo pode fazer exercícios cognitivos com o idoso e adotar diferentes artifícios para despertar sua memória. Ela cita, por exemplo, que o idoso pode pisar descalço em um chão de areia e, ao usar os óculos de realidade virtual, com conteúdo de uma praia, se sinta imerso nesse ambiente e trabalhe a sensação de que está na praia.

De acordo com a literatura médica, essa estimulação cognitiva multimodal pode trazer uma série de benefícios, ajudando, por exemplo, a reconstruir as redes neuronais e, futuramente, a recuperar até parte do que foi perdido no cérebro, restaurando essas conexões.

A equipe não divulgou se os jogos serão disponibilizados para a população.

Redação por Lohrrany Alvim

05/06/2019 – 14h21

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