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Enfermeira tira útero ao tratar câncer e tem filho gerado pela mãe

Caso solidário aconteceu na cidade de Uberlândia (MG).

A doadora de útero deve pertencer à família de um dos pais do bebê.
A doadora de útero deve pertencer à família de um dos pais do bebê. | Foto: Reprodução Internet

 

Por mais que o tempo passe, se tem uma coisa que não muda é a gratificação – e a responsabilidade – de ser avó. Uma benção dessas chega até ser difícil de mensurar entre os mais jovens. Só quem carrega este ato de Deus pode dimensionar o orgulho deste feito.

No entanto, como tudo na nossa vida, para chegar neste patamar é necessário encarar diversas tempestades. Até mesmo a melancólica situação de ver a sua filha sendo obrigada a retirar o útero por conta de um câncer na região. É nessas horas que o amor de mãe é colocado à prova, a ponto dela ceder o próprio útero em prol deste sonho. Foi o que aconteceu na cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

 

Empatia na sua essência

Ao escolher a mãe para esta missão, Thais Marina Soares não pensou duas vezes em quem escolher para carregar o seu filho. Mas, antes de chegar nesta parte, é importante contar o começo dessa novela.  Aos 22 anos, a enfermeira teve que realizar uma cirurgia para retirar o útero em meio ao tratamento contra o câncer do colo do útero. Para completar o drama, essa cirurgia teve que ser feita justamente no momento que ela alimentava o sonho de ser mãe.

O tumor foi descoberto no momento em que não dava mais tempo pra fazer nada. No entanto, segundo ela, o médico optou por deixar o ovário para que Thais não entre em menopausa.

Todo processo de tratamento durou quase um ano. Toda agonia encarada por Thais foi preenchida com o amor incondicional dos familiares e amigos e, claro, de sua mãe.

Uma possibilidade de adoção chegou a ser levantada como hipótese, algo que não foi concretizado mais à frente. Porém, foi necessário esperar dois anos para o grande sonho acontecer. Em entrevista ao portal G1, ela contou que a possibilidade de fertilização nem era cogitada.

“Fiquei desanimada por conta do tempo, mas não desisti. Ficamos no escuro por muitos anos, aguardando. Eu sempre fui resistente com essa história de fertilização” relatou Thais.

Foi a partir daí que apareceu a dona de casa Tereza Aparecida, mãe da enfermeira. Aos 58 anos, Dona Tereza se encontra no oitavo mês de gestação. Faltam poucas semanas para a chegada do Rubens, o neto gerado pela barriga solidária da avó.

A fertilização in vitro foi realizada com êxito. Apesar dos rotineiros enjoos, Dona Tereza consegue levar a vida normalmente. Ao portal G1, ela conta que vai a diversos locais e as pessoas ficam olhando, mas não criam coragem de perguntar a história.

Este caso foi o estopim para unir ainda mais a família. O pai de Rubens, Leandro Junior de Carvalho, relata que quando está junto da sogra aproveita cada momento para sentir o filho.

 

A vida imita a arte – ou seria o contrário?

Lembra que eu falei que a história parecia novela? Então, essa citação não foi à toa. Este caso vivenciado por Thais, Tereza e Leandro, ao ter uma barriga solidária da própria avó, pode ser observado na novela ‘Amor de Mãe’, exibida pela TV Globo. Na trama, Camila, personagem vivida por Jéssica Ellen, estava grávida de Danilo, interpretado por Chay Suede. Porém, ela perde o bebê e é obrigada a retirar o útero. No entanto, o sonho de Thelma, vivida por Adriana Esteves, sempre foi ser avó. Com isso, ela descobriu a possibilidade de ser uma barriga solidária.

 

Como ser uma barriga solidária?

Aqui no Brasil, para ser uma doadora de útero, a mulher tem que pertencer à família de um dos pais do bebê, cujo parentesco consanguíneo deve ser de até 4º grau – estão inclusos mãe, tia, avó e prima.

Além disso, é importante que a barriga solidária tenha até 50 anos de idade, para evitar complicações na gravidez.

Todas essas regras sobre o uso de um útero de substituição no Brasil são definidas pela Resolução do Conselho Federal de Medicina – Nº 1.358/92. Até o momento, não há uma lei específica sobre este tema, mas o procedimento só será realizado após a permissão do Conselho Federal.

 

Redação por Adriano Dias

13/02/2020 – 12h29

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