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Covid-19: Brasil autoriza tratamento com sangue de quem se curou da doença

O procedimento, no entanto, necessita da autorização do profissional de saúde.

O tratamento está em fase experimental.
O tratamento está em fase experimental. | Foto: Reprodução Internet

 

Na mesma velocidade em que a Covid-19 se espalha pelo mundo, a ciência também segue firme e forte na busca de um tratamento para combater a doença. Apesar da pressão das autoridades e da sociedade, os cientistas estão ampliando seus expedientes para encurtar a resposta para este vírus.

Diversas frentes foram formadas para acelerar os trabalhos e reduzir a distância do tratamento com aqueles que anseiam por uma ótima notícia científica. Os brasileiros estão entre os mais empenhados nesta batalha e, na medida do possível, estão colhendo bons frutos nesta trincheira.

Veja também: Pesquisadores brasileiros criam ventilador pulmonar de baixo custo para tratar pacientes com coronavírus.

 

Novos avanços por aqui

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária seguiu os passos dos Estados Unidos e autorizou um tratamento experimental com sangue de pessoas que se recuperaram do coronavírus para pacientes da covid-19 em estado grave. Este método utiliza a plasma convalescente e deve ser usado em situações especiais, considerando a emergência de saúde pública, a gravidade da doença e a condição de risco iminente à vida do paciente.

O procedimento será feito apenas com a decisão do médico. Aliás, caberá a esclarecer também ao paciente que o tratamento é experimental, falar sobre os riscos envolvidos e pedir o consentimento dele, ou dos familiares, para aplicar o tratamento.

A ANVISA emitiu uma nota destacando que este método deve ter a sua eficácia aprovada pelo Conselho Federal de Medicina e pelo Ministério da Saúde, mas já pode ser utilizado em caráter experimental no caso de pacientes em estado grave – desde que siga as normas previstas para a realização de pesquisa em seres humanos no Brasil.

A agência explicou que o soro convalescente humano tem potencial para ser uma opção no tratamento da covid-19, pois as pessoas que têm a doença e se recuperam criam anticorpos para combater o coronavírus.

Essas imunoglobulinas – proteínas presentes no plasma convalescente – podem ajudar a combater a infecção em outras pessoas. No caso da covid-19, o acesso a esse tratamento pode ser rápido, desde que exista um número suficiente de pessoas que se recuperaram da doença e que possam doar o plasma com imunoglobulinas para reagir contra o vírus.

Mesmo sendo de caráter experimental, o procedimento já foi colocado em prática com sucesso para o tratamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e nas epidemias de ebola e H1N1. Ainda este ano, este método foi adotado pelo Hospital Policlínico de Pavia, na Lombardia, Itália. A primeira doação recebida foi de um casal de médicos, informou a imprensa italiana.

 

Um em cada três estudos

Um recente relatório reforça o intenso trabalho dos cientistas mundo afora. Até março, os pesquisadores tinham 642 estudos publicados especialmente sobre esse vírus e essa doença. Para se ter uma ideia, é uma média de 1 estudo a cada 3 horas, sendo 37% destas pesquisas publicadas por cientistas chineses. Depois aparecem Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha neste relatório. Esses quatros países são responsáveis pela metade dos estudos publicados.

Ainda este ano, são esperados 80 novos artigos científicos. Com isso, são 722 relatórios só para tentar compreender a covid-19 e seus efeitos. Agora, como canta Lenine, só nos resta ter paciência nesta espera pela cura do mal.

 

Redação por: Adriano Dias

12/04/2020 – 10h59

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