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Comunidade do Rio de Janeiro ganha biblioteca comunitária

Por: Lohrrany Alvim
10/04/2021 – 11h47
O espaço conta com mais de 10 mil livros de diferentes gêneros literários. (Foto Reprodução Internet)

 

A Receita Federal apontou recentemente o baixo índice de leitura por famílias de baixa renda para justificar o fim da isenção sobre livros, prevista na proposta de reforma tributária do governo. O órgão cita dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2019 para justificar a informação. Eles mostram que famílias com renda de até dois salários mínimos não consomem livros não didáticos e a maior parte desses livros é consumido pelas famílias com renda superior a dez salários mínimos.

Projetos que mudam vidas

Mas como ter acesso à leitura vivendo em locais sem investimentos? Felizmente, aqui no Rio de Janeiro, um projeto está levando conhecimento, cultura e diversão para uma comunidade carioca. Estamos falando sobre um posto desativado da Polícia Militar que foi transformado em biblioteca comunitária com mais de 10 mil livros de diferentes gêneros literários.

Trata-se da Biblioteca Marginow, inaugurada durante a pandemia da Covid-19 pelo escritor Jessé Andarilho, nascido e criado na comunidade de Antares, Zona Oeste do Rio. O principal objetivo de Jessé é mostrar aos vizinhos que os livros podem transformar vidas. Além da leitura, o projeto também abriga o Polo Cinematográfico de Antares (POCA) e vai passar a contar também com o Estúdio Marginow para levar música e poesia para a comunidade, além de buscar e oferecer oportunidades aos talentos locais e profissionalizar os trabalhos.

Segundo o idealizador, a iniciativa visa a formação de leitores, escritores, músicos e cineastas periféricos, para que a periferia possa narrar sua própria história. A intenção é fazer com que os moradores se identifiquem e conheçam o sentimento de pertencimento.

“A ideia surgiu porque durante a pandemia as pessoas diziam ‘fique em casa’ e ‘trabalhe em home office’, mas eu sabia que as pessoas aqui da favela onde eu morava nem televisão tinham. Ficar em casa fazendo o quê? Então, a gente teve uma ideia de fazer uma biblioteca, usando a parte de fora que é bem arejada, de um posto policial desativado há algum tempo”, conta Jessé.

A pandemia foi o pontapé inicial para a realização do projeto, mas o objetivo da iniciativa é continuar levando cultura e diversas atividades não só nesse momento, mas consolidar essa área de lazer na favela de Antares.

 

Ajuda é sempre bem-vinda

Apesar da ideia inovadora, a maior dificuldade hoje é obter recursos financeiros para manutenção das ações e também para que seja possível remunerar aqueles que trabalham, diariamente, para levar entretenimento, conhecimento e oportunidades para o local. Doações de livros ou qualquer outra ajuda serão aceitas. Você pode entrar em contato através do instagram @bibliotecamarginow ou @marginowoficial.

Para quem gostou do projeto e quer saber mais, basta acessar o canal do YouTube da Marginow Oficial. Lá, é possível conferir alguns vídeos culturais como clipes, poesias, filmes e muito mais.

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