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Pesquisa aponta que cães conseguem reconhecer a emoção de seus donos

Por: Adriano Dias
04/12/2021 – 13h22

Estudo foi conduzido pela Universidade de São Paulo junto com universidade britânica. (Foto reprodução internet)

 

Essa publicação começa com uma frase nada clichê… só que não. “O cão é o melhor amigo do homem” não é apenas uma citação que enaltece a importância da relação do bicho do homem, mas é também parâmetro para um importante estudo científico. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), apontaram que os cães são capazes de reconhecer emoções, além de saber quando você está bravo, triste, ou feliz. A pesquisa foi elaborada de forma conjunta com a Universidade de Lincoln, no Reino Unido e avaliou 90 cães, onde foi possível confirmar que os bichanos são capazes não apenas de entender nossas emoções como de prever nossas reações.

De outras gerações

O ato de reconhecer emoções já havia sido observado em primatas, como chimpanzés, capazes de reconhecer emoções entre si, mas apenas com um estudo de 2016, conduzido pelos mesmos pesquisadores. Agora, eles mostraram que os cães vão além: reconhecem emoções humanas, não apenas da sua própria espécie – sendo os únicos animais a atingir esse feito. Dois anos depois, outro trabalho mostrou ainda que os cães respondem a esse reconhecimento de emoções de outra espécie.

Ao site da USP, Natália Albuquerque, uma das idealizadoras da pesquisa, destaca essa conexão: “assim, o próximo passo foi saber se eles entendem que o estado emocional de uma pessoa altera a forma como ela se comporta e, portanto, ele pode se ajustar a isso”, explica a cientista.

Além da Natalia Albuquerque, participam da pesquisa Briseida Resende, do Instituto de Psicologia da USP, e Daniel Mills, Kun Guo e Anna Wilkinson, da Universidade de Lincoln.

Para a realização do experimento, que foi registrado em vídeo, os pesquisadores detalharam que foram necessários 90 cães, duas atrizes, alguns objetos e uma sala no Laboratório do IP. O processo de recrutamento aconteceu de forma voluntária, seguindo alguns critérios como serem saudáveis, não agressivos, acostumados com novos lugares e pessoas e sem problemas de visão – o que dificultaria o teste. Concluído o processo de habituação da sala, os cães observaram uma interação entre duas atrizes, treinadas para, a cada sessão, demonstrarem expressões faciais neutras, positivas (alegria) ou negativas (raiva).

Vestidas da mesma maneira, elas passavam objetos uma para a outra, de forma silenciosa e, em seguida, sentavam-se com um pote de ração em uma das mãos e uma folha de jornal na outra. Com a coleira solta, o cão podia interagir com as atrizes, agora, ambas com expressões neutras. Para conseguir um pouco de ração, os cães precisavam pedir a uma das mulheres – e essa escolha revelou a capacidade desses animais.

Tá na cara

Os bichos decidiam tomar a decisão de interagir com a atriz que, no momento da observação, mostrava-se feliz, e evitava contato com a atriz antes com raiva. O experimento apontou que cães levam em consideração as expressões faciais humanas para tomar decisões, já que pode ser mais fácil conseguir alguns petiscos de alguém mais amigável.

“A pesquisa evidencia que os cães levam em conta as expressões das emoções dos humanos para fazer escolhas. As pessoas poderão perceber o animal como um ser que presta atenção ao que fazemos e que toma suas decisões com base nisso. Desta forma, acho que podemos desenvolver uma relação mais saudável e respeitosa”, afirma a coautora do trabalho, a professora Briseida.

 

Com informações do Jornal da USP

 

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