Pesquisadora brasileira testa produto à base de casca de maracujá contra a pressão alta
O estudo acontece no Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal, e precisa de voluntários.
Nada mais delicioso e relaxante que um suco de maracujá! Famosa pelos efeitos calmantes, essa fruta de sabor azedo é rica em nutrientes. Mas não é só a polpa do maracujá que pode proporcionar diversos benefícios à saúde do indivíduo, mas a sua casca também pode ser uma grande aliada na cura de doenças, como a hipertensão arterial.
Pesquisadores do curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveram um estudo para investigar a eficiência de um produto criado a partir da casca do maracujá no combate à pressão alta. Agora, os pesquisadores pretendem realizar os testes em humanos e para isso está convocando as pessoas que tenham interesse para participar como voluntárias.
Farinha da casca de maracujá
Por ser rica em fibras e reduzir a glicemia e o colesterol, a casca do maracujá é utilizada para fazer farinha que pode ser consumida no dia a dia junto com as refeições. Além disso, ela também é utilizada em dietas de emagrecimento pois diminui a glicemia e consequentemente a fome. Em feiras livres e em lojas de produtos naturais, você encontra facilmente a farinha de maracujá à venda, mas os benefícios causados por essa farinha ainda não foram cientificamente comprovados. Por isso a proposta da pesquisa que está sendo feita por alunos do curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte é justamente comprovar cientificamente a segurança e a eficácia desse produto.
“O diferencial desse estudo é que foi preparado um extrato da casca, não é apenas a planta seca e moída, vendida na forma de pó. Foram extraídos os metabólitos responsáveis pelo efeito terapêutico, é um extrato concentrado. Por isso, ao contrário do que o mercado oferece atualmente, a ideia é produzir um fitoterápico (medicamento) de fato”, explica a professora Silvana Zucolotto, coordenadora da pesquisa.
A pesquisa faz parte doutorado da aluna Bárbara Cabral, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Os testes estão sendo feitos no Hospital Universitário Onofre Lopes, sob orientação médica do cardiologista Dr. Fábio Mastrocola.
Como funciona?
Os pacientes que quiserem ser voluntários, além de ter que fazer uma série de exames, que vão ser oferecidos de forma gratuita, também precisam ter algumas características essências para o estudo. São elas: ter hipertensão leve, não serem usuários de medicamento e estarem na faixa etária dos 18 aos 60 anos.
De acordo com a aluna Bárbara Cabral, toda a metodologia foi seguida para que a pesquisa dela chegasse a atual etapa de desenvolvimento no Grupo de Produtos Naturais Bioativos, o PNBio. “Estudos realizados nas fases preliminares da pesquisa apresentaram diminuição da pressão arterial e melhora na função vascular em ratos hipertensos. Além da eficácia, também testamos a segurança e os resultados foram positivos. Não foram encontradas alterações em órgãos, nem nos padrões bioquímicos e hematológicos”, relata a pesquisadora.
Os interessados em participar da pesquisa como voluntários devem entrar em contato pelos telefones: (84) 981160002 e (84) 999851187.
Em 2018, 24,7% da população que vive nas capitais brasileiras afirmou sofrer de hipertensão. Os novos dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico revelaram também que o grupo mais afetado é formada por idosos.
Redação por Jenneffer Dutra.
06/09/2019 – 17h05
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