Brasileira ganha prêmio da ONU por defesa de igualdade entre homens e mulheres
As mulheres brasileiras estão cada vez mais em destaque. Já falamos por aqui sobre a astrofísica capixaba MarcelleSoares-Santos que venceu um dos maiores prêmios da ciência mundial, e também sobre Liliane Rocha, que recebeu uma honraria por diversidade e inclusão. E mais uma brasileira foi premiada no exterior.
A capitã Marcia Andrade Braga, integrante da Missão de Paz das Nações Unidas (ONU) na República Centro-Africana, recebeu o prêmio de Defensora Militar da Igualdade de Gênero da ONU, em Nova York.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, realizou a entrega da gratificação durante a Conferência Ministerial de Forças de Paz.
Desde abril de 2018 em missão de paz na República Centro-Africana, a militar e professora ajudou a construir uma rede de assessores treinados para questões de gênero nas unidades militares do Estado.
O país faz fronteira com Sudão, Chade, República Democrática do Congo, República do Congo, Sudão do Sul e Camarões.
A República Centro-Africana vive clima de instabilidade diante de confrontos entre civis e militares desde 2017. Segundo a ONU, os ataques no país deixaram pelo menos um milhão de pessoas deslocadas e cerca de 573 mil refugiados na região.
A ajuda de Márcia
Entre os projetos que apoiam comunidades vulneráveis e foram beneficiados, de acordo com a ONU, estão a instalação de bombas de água perto de vilarejos, sistemas de energia solar e o desenvolvimento de jardins comunitários para que mulheres não tivessem que viajar longas distâncias para colher alimentos.
Ainda segundo a organização, as equipes de engajamento formadas por Marcia conseguiram reunir informações importantes para ajudar a missão a entender as necessidades de proteção de homens, mulheres, meninos e meninas.
Dos quase 12 mil militares da Missão de Paz na República Centro-Africa, grupo no qual Márcia faz parte, somente 3% são mulheres.
Em busca de representação
Falando para a ONU, Marcia defendeu que as missões das Nações Unidas precisam de mais mulheres que sejam mantenedoras da paz “para que as mulheres locais possam falar mais livremente sobre as questões que afetam suas vidas”.
A homenagem foi criada em 2016 e reconhece a dedicação e o esforço de membros das forças de paz na promoção dos princípios da Resolução 1325 do Conselho de Segurança sobre mulheres, paz e segurança.
Nas palavras de Jean-Pierre Lacroix, subsecretário-geral do Departamento de Operações de Paz, Marcia é “um excelente exemplo do porquê precisamos de mais mulheres em manutenção da paz”.
Segundo Lacroix, “a manutenção da paz funciona efetivamente quando as mulheres desempenham papéis significativos e quando as mulheres nas comunidades anfitriãs estão diretamente envolvidos.”
Redação por Lohrrany Alvim
11/04/2019 – 10h00
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