Estudos apontam que Brasil registrou o maior relâmpago da história
Relatório da Organização Meteorológica Mundial aponta que o clarão foi registro há dois anos no sul do país.
Por: Adriano Dias
05/07/2020 – 09h57
Apesar de gerar um frisson na população quando aparecem, os relâmpagos não deixam de ser um espetáculo à parte. Se sonoramente eles geram certo medo, visualmente tornam-se super impactantes.
Porém, quem viu esse espetáculo no dia 31 de outubro de 2018 no Brasil, presenciou um feito histórico. Neste dia, o fenômeno natural ocorrido no Rio Grande do Sul conseguiu estabelecer a marca de dois novos recordes mundiais. O primeiro foi de maior distância relatada, ao atingir 709 km. Já o segundo foi o de maior duração para um único relâmpago, com 16,73 segundos. Esses feitos foram confirmados no dia 26 de junho pelos especialistas da Organização Meteorológica Mundial.
Em entrevista coletiva, os cientistas do grupo realizaram a ligação do comprimento do raio ao espaçamento entre os estados de Boston e Washington, nos Estados Unidos, ou entre Londres e a fronteira da Suíça perto da Basileia.
Segundo um dos chefes da Organização, Randall Cerveny, estes são registros extraordinários de eventos de relâmpagos únicos.
“Os extremos ambientais são medições vivas do que a natureza é capaz, assim como o progresso científico em poder fazer tais avaliações. É provável que ainda existam extremos ainda maiores, e que seremos capazes de observá-los à medida que a tecnologia de detecção de raios melhora”, relatou o professor para a imprensa.
O feito registrado há dois anos no Brasil supera o recorde registrado no dia 20 de junho de 2017, quando um único relâmpago registrou a marca de 321 km, no estado norte-americano de Oklahoma. Já o recorde de duração do relâmpago brasileiro superou a marca de 7,74 segundos, na Provence-Alpes-Côte d’Azur, França. O fato ocorreu no dia 30 de agosto de 2012.
Brasil, o “Thor” dos relâmpagos
O recorde registrado há dois anos reforça a tese de que o país é um dos que apresentam a maior ocorrência de relâmpagos no mundo por ter grande extensão territorial. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, estima-se, com base em dados de redes de monitoramento, que cerca de 77,8 milhões de relâmpagos nuvem-solo atinjam o solo brasileiro por ano. Isso representa dois relâmpagos por segundo. Para se ter uma noção, isto é equivalente a uma média de aproximadamente 9 relâmpagos por km² por ano.
Mundialmente falando, cerca de 50 a 100 relâmpagos são registrados a cada segundo, o que equivale a cerca de 10 milhões de descargas por dia ou três bilhões por ano.
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