Anvisa aprova primeira terapia gênica contra o Câncer de sangue no Brasil
Por: Adriano Dias
26/02/2022 – 10h27
A pessoa que enfrenta a batalha contra a leucemia sabe dos desafios que é lutar contra uma doença que surge de uma maneira que é difícil identificar logo de cara sem uma consulta médica. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram que, para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 5.920 novos casos de leucemia em homens e 4.890 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 5,67 casos novos a cada 100 mil homens e 4,56 casos novos para cada 100 mil mulheres.
Novo produto
Em meio a esse número, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou um produto que é posto em um tipo específico de terapia para modalidades de câncer originadas no sangue, como leucemia. De acordo com o portal Agência Brasil, o produto é indicado para pessoas com até 25 anos de idade com determinados tipos de Leucemia Linfoblástica Aguda, bem como para pacientes adultos com tipos específicos de Linfoma.
A agência acredita que essa é uma forma de terapia pioneira. A equipe técnica da Anvisa avaliou que o produto cumpre os requisitos mínimos de segurança e eficácia. Oriundo da empresa Novartis, o produto Kymriah pode ser utilizado em tratamentos que empregam as chamadas células CAR-T para o tratamento destes tipos de tumor. Segundo a agência, esse tipo de terapia atua por meio da coleta e alteração das células imunes dos pacientes.
Segundo os especialistas, neste método, as células do paciente são coletadas para serem alteradas com a inclusão de um novo gene. Este gene contém uma proteína que direciona as chamadas células T para atuar contra as células tumorais. Após a modificação, as células são incorporadas ao produto que será aplicado no paciente.
A importância do combate ao tabagismo
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), na maior parte das vezes, os pacientes que desenvolvem este tipo de doença não apresentam nenhum fator de risco conhecido que possa ser modificado. Por isso, a maioria dos casos de leucemia não pode ser evitada. No entanto, o tabagismo se correlaciona com aumento do risco da chamada Leucemia Mielóide Aguda. Esse é um fator de risco modificável, relacionado a diversos outros tipos de câncer (pulmão, boca, bexiga) e outras doenças graves também, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.
Ainda de acordo com o INCA, parar de fumar sempre vale a pena em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo cigarro como, por exemplo, câncer, enfisema ou derrame. A qualidade de vida melhora muito ao parar de fumar e os riscos de adoecer diminuem.
Os raros casos de leucemia secundária ao tratamento de outros cânceres, em decorrência do uso de certos agentes quimioterápicos e/ou de radioterapia, dificilmente poderiam ser evitados, pois o tratamento de uma doença potencialmente fatal é prioritário. Mas em diversos tipos de câncer estão sendo estudadas novas alternativas de tratamentos que não envolvam o risco de desenvolvimento futuro de leucemias secundárias. Para mais informações, consulte o Serviço de Saúde.
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