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Abril Azul: mês de conscientização sobre o autismo

Por: Lohrrany Alvim
18/04/2021 – 10h27
Saiba mais sobre o transtorno de desenvolvimento que atinge 1 em cada 160 crianças no mundo. (Foto reprodução Internet)

 

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi celebrado no dia 2 de abril. A data tem como objetivo dar visibilidade ao tema, já que o transtorno ainda é bastante desconhecido pela população. Assim, criou-se também a campanha Abril Azul para que o mês inteiro seja marcado com diversas ações voltadas para o autismo. Mas por que a cor azul? O autismo atinge muito mais os meninos do que as meninas (proporção de 4:1), fato que a ciência ainda não consegue explicar.

Muitas pessoas não buscam orientação ou um entendimento maior sobre o que é o autismo, mesmo sendo relativamente comum. Segundo dados da Organização das Nações Unidas, em todo o mundo, mais de 70 milhões de pessoas são portadores de autismo, o que corresponde a cerca de 1% da população mundial. No programa Almanaque Rádio Rio de Janeiro, que vai ao ar aos domingos, conversamos com Ângela Mathylde, psicopedagoga, psicanalista e pós-doutora em neurociência. Vamos trazer agora alguns esclarecimentos sobre o tema!

 

O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?

Segundo a Dr. Ângela Mathylde, trata-se de um transtorno neurológico. Muitas pessoas acham que existe cura, que é passageiro. Mas não. É um transtorno de neurodesenvolvimento e deve ser tratado como tal.

 

Principais causas

Nossa entrevistada destaca que, por ser uma condição neurológica, trata-se do funcionamento de uma área cerebral. Segundo Ângela, existem diversas análises para descobrir de fato qual seria a causa e como acontece, ou seja, até hoje estamos estudando para fundamentar mais a questão do autismo.

 

Graus de autismo

O autismo é divido em graus: leve, moderado e grave.

“No nível leve, os sintomas são baixos, mas existem. Muitos dos casos considerados leves não são diagnosticados, e as crianças vivem normalmente na sociedade. Nos níveis moderado e grave, não passam despercebidas e tem que tem acompanhamento bem sistematizado. Importante lembrar que o autismo não é o mesmo em cada um. Ele tem uma individualidade. Por isso, é considerado um transtorno tão diferenciado. Cada um desenvolve um sintoma. Existem os sintomas mais comuns, mas cada um tem a sua intensidade e suas formas de manifestar”, destaca a psicopedagoga e psicanalista.

 

Sintomas

Dra. Ângela Mathylde enfatiza que a divisão dos sintomas é feita em três blocos que evidenciam os sintomas do autismo. São eles:

1- Dificuldade na interação social;

2 – Dificuldade na linguagem;

3 – Comportamento.

“Alguns sinais podem ser observados. Se a criança responde ao chamado, se sempre se coloca na terceira pessoa, se fica desconfortável com um olhar, se a comunicação é monótona, se a risada é diferenciada. Também existem as questões das alterações comportamentais. Deve-se observar se a criança não tem noção de perigo, se as brincadeiras são diferentes, se fica por muito tempo sozinho, se tem estereotipia, se lava com frequência braços e mãos, entre outros fatores”, completa a entrevistada.

 

Diagnóstico precoce

Geralmente o diagnóstico é realizado a partir dos três anos de idade. No entanto, os sinais podem ser percebidos desde o nascimento, ou seja, antes dessa faixa etária. Segundo a pós-doutora em neurociência, em casos descobertos precocemente, a intervenção é feita de forma mais avançada.

 

Tratamento

Como falamos anteriormente, o TEA não tem cura, mas diversos tratamentos podem ajudar a criança a participar da rotina diária e se tornar independente.

“O tratamento feito por apenas um profissional não é positivo dentro do Transtorno do Espectro Autista. É preciso ter uma equipe multidisciplinar, que tenha relacionamento interdisciplinar. Eles precisam conversar entre si. Estou falando sobre um médico, um fonoaudiólogo, psicopedagogo, um fisioterapeuta. Outra questão é a psicoeducação para as famílias”, conclui Ângela Mathylde.

 

Como participar da campanha?

O Abril Azul precisa de mais engajamento, principalmente por instituições de saúde, como clínicas e hospitais. Mas como? Oferecendo palestras que expliquem o que é o TEA; elaborando cartazes e panfletos informativos conscientizando sobre o autismo; divulgando vídeos nas redes sociais que tenham como tema o transtorno, entre outras ações.

Gostou de acompanhar nosso blog post e entender mais sobre o Abril Azul? Quer conferir outros temas como este? Basta ficar ligado no Almanaque Rádio Rio de Janeiro.

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