Nova radioterapia é promissora contra tumores
Por: Isabela Lauriano
03/11/2022 – 10h55
O medo ter um problema de saúde é unânime, principalmente quando é algo muito grave, como por exemplo, os tumores. É muito comum, em conversas do dia a dia, a constatação de que as pessoas temem serem diagnosticadas com câncer, até porque, alguns casos são fatais.
Quando o tumor é diagnosticado, um dos tratamentos é a radioterapia. Nela se utilizam radiações ionizantes (raios-x, por exemplo), que são um tipo de energia para destruir as células do tumor ou impedir que elas se multipliquem.
Pensando em melhorar ainda mais o tratamento contra os tumores, uma nova radioterapia foi criada no Centro Médico Hadassah, em Jerusalém. Chamada de DaR, ela oferece resultados promissores tanto no objetivo principal, que é acabar com os tumores, quanto em preservar células saudáveis, algo que as radioterapias convencionais nem sempre conseguem fazer.
A técnica é aplicada através de um laser focado na erradicação das células cancerígenas, poupando os tecidos saudáveis ao redor do tumor. O tratamento pretende colaborar para a remissão do câncer de boca, língua, pâncreas e o câncer de mama.
De início, os estudos foram feitos em camundongos e mostraram que a DaRT tinha um poder maior de destruição de tumores quando comparada a radiação padrão.
Após esse processo, os 13 pacientes com câncer de pele ou cabeça e pescoço resistente à radiação tiveram melhora em seus quadros. Em um acompanhamento médio de cinco meses, todos os tumores responderam ao tratamento.
As radioterapias comumente usadas atualmente têm a radiação beta ou radiação gama, que são executadas com fótons ou elétrons ou até prótons, diferentemente da DaRT, que emite partículas alfa. Essa radioterapia tem o poder de acabar com ambas as fitas de DNA e portanto, as células cancerígenas não conseguem se regenerar. É uma terapia nova porque ao longo dos anos, apesar de sabermos que as partículas alfas têm características específicas que a tornam muito eficaz para a radiação, simplesmente não sabíamos como usá-la.”
Mas os cientistas descobriram que, quando entregue através de um isótopo (átomo) específico do elemento rádio, a radiação alfa poderia viajar até 3 mm – o suficiente para alcançar tumores sólidos – liberando átomos que se difundem dentro de um tumor e então emitem suas próprias partículas alfa.
A DaR será implementada em outros hospitais, como o Memorial Sloan Kettering Center e o Dana Farber-Cancer Institute, nos Estados Unidos. Os cientistas buscam parcerias em diferentes países.
Segundo o professor Aron Popxtzer, principal responsável pelos estudos, os pesquisadores gostariam de ter o estudo instituído também em algum hospital brasileiro, já que o país possui uma grande diversidade étnica e altas taxas de câncer.
No Brasil, Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) têm direito ao tratamento gratuito do câncer, considerado o maior programa de inclusão social do mundo.
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