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Estudo descobre como reverter agressividade do câncer de pâncreas

Por: Isabela Lauriano
07/07/2022 – 10h20

Pesquisadores do Instituto de Pesquisa do Câncer de Londres descobriram que manipulando a proteína reverte a agressividade da doença.(Foto reprodução Internet)

 

A maioria das pessoas tem medo de alguma doença, principalmente quando se fala na doença que mais mata no mundo: o câncer. A doença é a principal causa de morte e uma importante barreira para aumento da expectativa de vida em todos os países do mundo. De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde para 2019 o câncer já é a primeira ou segunda causa de morte antes dos 70 anos em 112 dos 183 países e ocupa o terceiro ou quarto lugar em mais 23 países. Pensando nisso, um grupo de cientistas do Instituto de Pesquisa do Câncer de Londres, descobriu um mecanismo que é capaz de reverter o processo que permite que as células cancerígenas do pâncreas cresçam e se espalhem pelo corpo. A técnica consiste em manipular os níveis da proteína GREM1, modificando a capacidade do tumor se tornar um subtipo mais agressivo. 

O crescente destaque do câncer como uma das principais causas de morte reflete, em parte, declínio acentuado nas taxas de mortalidade por doenças cérebro e cardiovascular, envelhecimento e crescimento populacional e as mudanças na prevalência e distribuição dos principais fatores de risco, vários dos quais são associados ao desenvolvimento socioeconômico.  

Os pesquisadores fizeram o experimento em camundongos e em ‘mini-tumores’ pancreáticos, também conhecidos como organoides. Eles se debruçaram sobre o gene que desativa a proteína GREM1. Desligar o GREM1 fez com que as células tumorais mudassem rapidamente de forma e desenvolvessem novas propriedades que as ajudam a invadir novos tecidos e migrar pelo corpo. Em apenas 10 dias, todas as células tumorais mudaram sua identidade para um tipo de célula perigosa e invasiva. 

 Desligar o gene também tornou os tumores em camundongos mais propensos a se espalhar. Por outro lado, os cientistas perceberam que aumentar os níveis de GREM1 poderia reverter esse processo e fazer com que os tipos de células invasivas voltassem a uma forma menos perigosa.  

Os pesquisadores estudaram um modelo de rato com adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC) – a forma mais comum e agressiva da doença. Cerca de 90% dos camundongos sem GREM1 funcional desenvolveram tumores que se espalharam para o fígado, em comparação com 15% dos camundongos onde o GREM1 estava funcionando normalmente. 

Os pesquisadores esperam, no futuro, usar esse conhecimento para encontrar maneiras de reverter o câncer de pâncreas mais avançado para uma forma menos agressiva, mais fácil de tratar. 

O câncer de pâncreas mais comum é do tipo adenocarcinoma, correspondendo a 90% dos casos diagnosticados. A maioria dos casos afeta o lado direito do órgão. As outras partes do pâncreas são corpo e cauda.

Esse tipo de câncer, apresenta alta taxa de mortalidade, por conta do diagnóstico tardio. No Brasil, ele é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes causadas pela doença. Segundo a União Internacional para o Controle do Câncer, os casos de câncer de pâncreas aumentam com o avanço da idade: de 10/100.000 habitantes entre 40 e 50 anos para 116/100.000 habitantes entre 80 e 85 anos. A incidência é mais significativa no sexo masculino. 

Em todo mundo, são esperados 28,4 milhões de novos casos de Câncer em 2040, um aumento de aproximadamente 47% em relação a 2020. Esse aumento será ainda mais expressivo em países com IDH considerado baixo ou médio, estimado em 96% de crescimento na incidência de novos casos de câncer em relação a 2020. Essa projeção reflete o crescimento e envelhecimento populacional, exacerbado por aumento de prevalência dos fatores de risco.   

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